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Tabelinha entre tática, opinião e informação

Tricolor faz lição de casa

Mesmo sem ter recursos nababescos à disposição, o São Paulo faz boas contratações para o setor de meio de campo, dando a entender que Rogério Ceni enxerga ali a chave do jogo, o que insinua ser um bom caminho para um São Paulo competitivo em 2017.

Por Maurício Capela
Atualização:

Coloque na enorme sala de troféus do São Paulo a conquista da Florida Cup. Afinal, é sempre bom ganhar, ainda mais quando se trata de um rival, como é o Corinthians. Mas deixe o troféu lá e acaso sinta saudade, passe no espaço e a mate, só não meça o inicial trabalho de Rogério Ceni como técnico de futebol por essa conquista.

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Nem é preciso dizer, mas o bom manual assim manda: ídolo do São Paulo por 25 anos, é claro que a torcida olhará para Rogério Ceni como quem olha para um salvador, não da Pátria, mas da honra mesmo. Mas isso pertence à arquibancada. E só! A mais ninguém...

O trabalho inicial de Rogério já se mostra diferente, e não pela chegada dos auxiliares francês e inglês. Não! Pela maneira como Ceni enxerga futebol. E isso tem ficado visível nas contratações.

A possível aquisição de Jucilei denota uma paixão pelo meio de campo. E uma paixão pelo setor de criação e desarme costuma resultar em times competitivos, extremamente competitivos.

Primeiro, porque desarmar com qualidade, com o número mínimo de faltas, é sempre ótimo. Desmantela o adversário. E armar com competência, bem... Nem seria necessário escrever, porque costuma dar nisso aí que você está pensando: em gols.

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Cícero, Thiago Mendes e, agora, provavelmente Jucilei já qualificam a marcação e a saída de bola de qualquer equipe. Só o fato de o São Paulo contratar e negociar com esses atletas já demonstra a crença de Ceni: posse de bola, com qualidade, sem chutões, sem faltas desnecessárias e com poder de finalização. Jucilei, menos na questão da finalização e mais na marcação qualitativa, mas Thiago Mendes e Cícero são ótimos no arremate a gol.

Não fica portanto difícil imaginar que o São Paulo quer ter a bola, mas não de qualquer jeito. Quer ditar o ritmo do jogo e não simplesmente se limitar a marcação. E de tal forma que permita acionar os recém-contratados Neílton e Wellington Nem. Rápidos pelos lados de campo, darão força de contra-ataque e de posicionamento de marcação ao São Paulo de Ceni.

Traduzindo, Ceni está em linha com o que se convencionou chamar de futebol moderno mundo afora. Seu time deverá marcar na intermediária ofensiva, valorizará a posse de bola e terá força de criação de jogadas.

Mas tem um detalhe. O volume de jogo imaginado deverá ser traduzido em gols, e é aí que mora o ponto de interrogação: Andrés Chávez e Gilberto são os nomes?

Chávez é mais finalizador, mas Gilberto acresce mobilidade ao ataque. A princípio, ótimas opções, resta saber se, de fato, eles vão dar vazão ao potencial enxergado. Eis o ponto de inflexão desse início promissor de Ceni.

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