Que jogaço ontem entre Real Madrid e Schalke hein?
Mas, sabe o que me impressionou mais? A vergonha de Cristiano Ronaldo após a derrota do Madrid por 3 a 4, que, no entanto, lhe dava a classificação para a fase seguinte, pois no primeiro jogo havia vencido por 2 a 0.
Ronaldo deveria sair satisfeito e aplaudido. Fez dois gols, o time se classificou, tudo ficou bem? Ou não? Saiu desgostoso e o público vaiou.
O português detestou perder diante da sua plateia. Ele e alguns outros companheiros. O fato, pragmático, de terem passado de fase não bastava.
Quer saber? É assim mesmo que tem de ser. Quanto mais alto você está, maior deve ser o seu nível de exigência. Senão, como progredir? De quem se exigiria isso senão do melhor do mundo? E ele é o primeiro a fazê-lo. A cobrar-se.
Provavelmente, essa mentalidade de perfeccionismo tem tudo a ver com o fato de ter chegado onde chegou. Pelé nunca estava satisfeito. Maradona, jamais. Passe a outras áreas: Joyce escrevia três linhas por dia e trabalhava exaustivamente por sua perfeição. Picasso, quando chegou a dominar completamente a pintura com a mão direita, passou a pintar com a esquerda. Graciliano Ramos violentava seu texto até a exaustão. E nunca achou que tivesse chegado ao seu limite.
Agora, vocês conseguem imaginar uma cena como essa de Cristiano Ronaldo no futebol do Brasil?