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Diário da Copa 2014. Bélgica 2 x 1 Estados Unidos. Outra partida dramática

Confesso que esperava menos deste jogo. Mas quem aposta em partida chata nesta Copa está correndo sério risco de perder feio.

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Por Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

A Bélgica, que chegou ao Brasil com fama de revelação europeia, enfim justificou a badalação da mídia. Jogou muito. Mas pegou um osso duro de roer pela frente. Os americanos enfrentaram bem os europeus e levaram o jogo para a prorrogação. Quase aos pênaltis.

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Foi então que a Bélgica prevaleceu (merecidamente, porque tem mais qualidade técnica e é mais ofensiva) e abriu dois gols de vantagem. Quando se esperava que a partida estivesse liquidada, a seleção estadunidense diminuiu e quase empatou no final, o que levaria para os pênaltis a disputa pela vaga nas quartas de final.

Mais uma vez o que se viu em campo foi a entrega total dos atletas, jogando até o esgotamento físico total. Não é por outro motivo que acontecem vários casos de cãibras e os boleiros se jogam no chão quando o juiz apita o fim. É como o fim de uma batalha.

Muita gente acha que é crueldade. Pode até ser, visto por certo ângulo. Mas, gente, esse é o lado agônico do futebol, do esporte, enfim. Levar a disputa até o último fôlego. Se você tirar isso, tira a graça da coisa.

Por isso me parece suicida a sugestão, muito bem intencionada, de que, em caso de empate nessas partidas eliminatórias, se vá direto aos pênaltis. Diminuiria em muito o impacto emocional da disputa. Queremos ver os atletas competindo mesmo até o último suspiro. Desde que isso não coloque a saúde deles em risco, claro.

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Por isso, com toda a razão, lutas de boxe são limitadas em número de rounds. Antigamente lutava-se até o nocaute, mas iaísim é uma crueldade, além de risco extraordinário de dano físico aos contendores.

Isso não acontece com o futebol. Vamos mantê-lo assim porque quando uma invenção humana é tão boa devemos mexer o mínimo possível para não estragá-la.

A Bélgica pega agora a Argentina. Eu diria que os hermanos são favoritos.

Mas o digo com base em um único argumento, que atende pelo nome de Lionel Messi. Em todos os jogos ele consegue fazer, pelo menos, uma jogada decisiva. Ou marcando ou servindo de bandeja algum companheiro, como fez com Di María contra a Suíça.

Desse modo, vai carregando nas costas uma equipe que até agora não convenceu coletivamente.

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Mas quem tem o craque tem tudo. Até o dia em que ele passar em branco. Aí é fria. E a Bélgica é tudo, menos boba. Tem conjunto, bons jogadores e uma disposição infernal. É possível que a Argentina enfrente outro suadouro.

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