A outra fonte de tensão está na seleção, na qual, obviamente, Neymar é o único craque, o artista solo que tem de fazer o conjunto apresentar uma música razoável. Mesmo Pelé, o maior de todos, sempre teve ao seu lado craques para trocar figurinhas. Neymar olha ao lado e quem vê? Bons jogadores, sem dúvida, mas nenhum deles capaz de, numa jogada, desmontar uma defesa e decidir um jogo. E nem mesmo acompanhar a velocidade de raciocínio do ex-santista. Virou capitão, pois o anterior chorou sentado na bola, como se lembra. Tudo isso, ser o carregador de piano e o solista ao mesmo tempo, e além de tudo comandar a equipe, pode ter pesado demais. É muito mais fácil para ele jogar bem no Barcelona, ao lado de Messi, Suárez, Iniesta & Cia do que na seleção do Dunga.
Com todos esses problemas, dizem que ele não está mais brincalhão como antes e nem mesmo descontraído. Na partida contra a Colômbia, além disso, não conseguiu jogar bem. Foi muito marcado. Duramente marcado, como talvez já não esteja acostumado. Perdeu a cabeça. Perdeu o jogo e, talvez, dependendo da Conmebol, tenha perdido a Copa América. Não sei, a esta altura do campeonato, o que isso significa para ele. Mas o momento não é bom.
A maturidade, com todos os seus inconvenientes, chegou cedo demais para ele.