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Palmeiras x Santos: clássico de tradição

 

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Por Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Inútil negar. Uma decisão entre Santos e Palmeiras remete à tradição dos anos 1960. De um lado, o maior time que o mundo já conheceu, o de Pelé & Cia. Do outro, a Academia palmeirense, o único que conseguia enfrentá-lo, com Ademir da Guia à frente. Fizeram partidas antológicas, memoráveis, no tempo em que no Brasil se jogava o melhor futebol do mundo. É o passado, dirão alguns. É a História, direi eu. E a História fica. Como registro e inspiração para tempos melhores de que bem andamos precisando.

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De volta ao presente. No intervalo de fim de ano, Palmeiras e Santos colocaram-se em posições opostas. O Santos vendia, desmanchava-se, desmilinguia-se, com jogadores indo à justiça por salários e direitos de imagem atrasados. O Palmeiras comprava. Tanto assim, que dois ex-santistas encontram-se agora no Parque Antártica: Arouca e Aranha.

Do Palmeiras, comandado pelo também ex-santista, o técnico demitido Oswaldo de Oliveira, dizia-se que era estrela ascendente. Com o grande número de contratações de boa qualidade, iniciava a trajetória para levá-lo de novo à posição que merecia, de gigante do futebol brasileiro. E ei-lo aí, na final do Campeonato Paulista.

Já o Santos era o patinho feio entre os quatro grandes paulistas. Com o desmanche, causado por problemas econômicos, se limitaria a posições intermediárias. No Paulista, ficaria pelo meio do caminho. No Brasileiro, lutaria contra o rebaixamento. Bem, do Brasileiro e da Copa do Brasil ainda nada sabemos. Mas no Paulista o Santos está na final, contra todos os prognósticos. Inclusive o meu.

O Corinthians, no início do ano, era tido como o time mais sólido do futebol brasileiro. Deixou de sê-lo por ter perdido a disputa por pênaltis com o Palmeiras? Acho que não. Seria ficar demais na análise automática de resultados, sem levar em conta qualquer outro tipo de coisa, inclusive as circunstâncias de jogo. Numa partida única pode acontecer de tudo. E o que vimos, no Corinthians 2 x 2 Palmeiras foi um belo, intenso e emocionante jogo de futebol. Depois vieram os pênaltis, que são outra história.

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Já o São Paulo parece um time dos anos 1950 (no mau sentido do termo) jogando contra times contemporâneos. Não tem velocidade, não é agudo, não marca, deixa enormes espaços. Não é competitivo. No início do ano dizíamos que seria um dos fortes, pois tem excelente elenco, no papel. Mas não corresponde em campo. A definição do técnico - Sabella ou Luxemburgo - deverá mudar essa disposição. Mas já não sabemos o que será do São Paulo em 2015, ainda mais se for eliminado da Libertadores.

De qualquer forma, ficamos com Santos e Palmeiras. Uma belíssima final, cheia de tradição. Não vejo favorito para os dois jogos dos dois próximos domingos. Tecnicamente, o Palmeiras está na frente. Mas o Santos tem jogado bem, sob comando do novato Marcelo Fernandes. O primeiro jogo será na Arena Palestra. O segundo, na Vila, casa de verdade do Santos.

Acho que serão dois jogaços.

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