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Somos todos Chape

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Por Luiz Zanin Oricchio
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O momento é de luto e silêncio. Tantos mortos nessa tragédia aérea - atletas, comissão técnica, jornalistas, tripulação. Todos jovens ou ainda jovens, no auge de suas vidas. A Chape viajava para o jogo mais importante de sua história, contra o Atlético de Medellin, final da Copa Sul-Americana, quando ocorreu a fatalidade. Vamos buscar as causas do acidente, porque é necessário mesmo que se busque, mas também porque compreender, de certa forma, atenua a dor. Dá uma certa racionalidade ao luto, mas não traz os mortos à vida.

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Todos aprendemos a respeitar a Chape ao longo do Campeonato Brasileiro. Time fora do eixo principal do futebol, difícil de bater, bem montado, vinha surpreendendo a todos. Ao mesmo tempo, foi avançando na Sul-Americana, tirou o San Lorenzo nas semifinais e chegou à final, contra todos os prognósticos. No meio do caminho, a tragédia.

Que evoca aquela mais antiga, do Torino, em 1949, que liquidou o time de Turim e ceifou a base da seleção italiana num voo de volta de Lisboa. Minha família, de origem italiana, falava muito desse acidente fatal. A tragédia ficou como cicatriz do futebol italiano. Há um memorial em Turim em homenagem aos mortos, evocado pelo cineasta Marco Bellocchio em um dos seus últimos filmes, Fai Bei Sogni (Tenha Belos Sonhos). Numa cena tocante, o personagem principal acompanha o pai na visita ao memorial do Torino, numa cerimônia que se realiza todos os anos na data do acidente.

Agora só nos resta lamentar, mandar nosso abraço de solidariedade aos familiares e à cidade de Chapecó. E ficarmos em silêncio por um momento de meditação sobre a finitude humana. Em meio ao rumor do mundo, às vaidades e frivolidades, somos todos da mesma família, irmãos e mortais.

Neste momento, somos todos Chape

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