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Fora do Mundial por erro de inscrição, ginasta vê 'ato falho' da confederação

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Por Demetrio Vecchioli
Atualização:
Crédito: Ricardo Bufolin/CBG Foto: Estadão

Angélica Kvieczynski entende que ficou fora de duas provas do Mundial de Ginástica Rítmica por um "ato falho" de algum funcionário da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Para um bom entendedor, duas palavras bastam. A principal ginasta do País não quer entrar em conflito, garante que a terapia não a permite levar o problema para o tablado, mas claramente se sente prejudicada pela entidade que rege a modalidade no País. "Se eu dando resultado erram, imagine se não dou!?"

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Como a ginasta está na Turquia, ainda acompanhando o restante da delegação brasileira que participa do Mundial. a entrevista precisou ser feita por Whatsapp (essa modernidade!) enquanto Angélica tinha Wi-Fi. O papo não foi londo, mas esclarece muita coisa.

Blog - Angélica, afinal, o que aconteceu para você ficar de fora de duas provas do Mundial?

Angélica - Bom, aqui na Turquia fiquei sabendo certo o que aconteceu. Me disseram que houve uma confusão na hora das inscrições das ginastas. O regulamento mudou. Antes podia-se levar três ginastas e 12 apresentações, ou seja, quatro aparelhos cada uma. Com a mudança, três podiam ser inscritas, mas apenas 10 apresentações: duas fazem quatro e uma faz dois.

- E por que justo você ficou de fora?

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- Olha, as inscrições foram feitas em ordem alfabética pelo sobrenome, como acontece nas competições internacionais. Desse modo, eu fui a última, assim sobrando dois aparelhos. (Nota do blog: As demais atletas são Andressa Jardim e Natália Gaudio).

- Você perdoou a CBG? Será que ninguém leu o regulamento?

- Não é uma questão de perdoar e sim entender e pensar nas próximas competições. Com certeza isso não mais acontecerá. Todos aprendemos. Quem sou eu para julgar? Acredito que devem ter lido, mas talvez essa parte do número de coreografias passou despercebida. Foi uma triste coincidência. As inscrições foram feitas como normalmente fazem em competições internacionais, em ordem alfabética pelo sobrenome, e acabou acontecendo. Meu sobrenome com K veio depois.

- O erro foi percebido pela CBG ainda na hora de fazer a inscrição? (a entidade foi questionada a respeito e o blog está esperando resposta)

- Olha, isso eu não sei te dizer, eu fiquei sabendo quando vi a ordem de competição no dia 3 de setembro. Liguei na CBG, e eles estavam tentando resolver. Mas o regulamento não permitiu fazer a mudança.

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- A CBG te pediu desculpas? Algum dirigente foi falar com você?

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- Olha, como eu disse, errar é humano, assim como o " ato falho" que Freud fala. Ou seja: no momento de executar uma ação ocorre uma substituição de outra ação que não estava prevista conscientemente. Trata-se de uma ação imprevista, que somente quem executou é quem sabe dizer do ato falho. Já tive outros prejuízos, portanto, no fundo acho que alguém deve se perguntar do porque comigo...

- Quais outros prejuízos?

- Meu psicólogo me ajuda muito, principalmente para superar essas situações, não deixar refletir na competição. Estou feliz com a minha participação aqui. Esta competição já passou, agora estou focada para competir o Berlim Master, onde veio o convite em meu nome. Eu nem gostaria de pensar em outros prejuízos, pois como eu disse errar é humano, mas erros humanos espero que não venham atrapalhar meus Jogos Olímpicos, que é meu sonho.

- Mas algum dirigente da cbg mostrou algum tipo de carinho? Ligar pedir desculpas? Perguntar o que pode fazer pra minimizar o "prejuízo"? Essas coisas q a gente faz para consertar um erro q não tem conserto...

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- Tentaram explicar, o que posso lhe dizer é não foi feita a inscrição, e não pude apresentar o que pudia, e aceitei as desculpas quando disseram que tentaram consertar. Para mim ,se pediram ou não, confesso que não importa muito, senão de nada adianta meu tratamento. O que quero é ficar, porque dando resultado erram, imagine se não dou!?!?

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