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Por desenvolvimento, luta ganha mais dois técnicos estrangeiros

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Por Demetrio Vecchioli
Atualização:

A cada vez maior coleção de treinadores estrangeiros que trabalham com as seleção brasileiras em modalidades olímpicas ganhou mais dois membros: o cubano Juan Marén, três vezes medalhista olímpico entre 1992 e 2000, e o búlgaro Ivan Tsochev, prata no campeonato europeu em 1980. Eles são os novos treinadores da seleção masculina de luta olímpica. Os dois chegam ao Rio com os salários pagos pela Fila (Federação Internacional de Luta), enquanto a CBLA (Confederação Brasileira) arcará com um auxílio para moradia, alimentação, e demais responsabilidades trabalhistas.

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Assim, a seleção brasileira da modalidade passa ter quatro técnicos estrangeiros, sendo três cubanos. Angel Audrama, que treinava a equipe greco-romana, foi promovido a head-coach da seleção. Pedro Garcia Perez, outro cubano que está há seis anos no Brasil, segue como treinador do time feminino de luta livre. Marén agora comandará o greco-romano e Tsochev a luta livre masculina.

"A luta tanto em Cuba quanto na Bulgária é mais desenvolvida tecnicamente. Temos dois treinadores cubanos que trabalham aqui há seis anos. Eles têm dado resultado positivo e a chegada de mais dois treinadores estrangeiros vai melhorar ainda mais o nível da nossa seleção", comenta Roberto Leitão, superintendente da CBLA. Segundo ele, os antigos treinadores brasileiros das equipes seguem como auxiliares.

Além da contratação de treinadores, a luta brasileira aposta no intercâmbio. A seleção masculina de Cuba chega sábado ao Rio e fica até o fim do mês treinando com os brasileiros no Cefan. Depois, a seleção brasileira feminina vai para um mini-circuito na Europa, competindo na França e Bulgária. A masculina vai para Cuba e treinará lá, mas não completa. "São cinco estágios internacionais esse ano, alguns no Japão", explica Leitão, que conta com verbas do COB e da Caixa.

Atualmente o Brasil trabalha com a possibilidade de ter uma cota de cinco atletas nos Jogos do Rio. A discussão com a Fila é se, caso consiga novas vagas, o Brasil as incorpora ou se entra dentro dessa cota. Segundo Leitão, hoje a tendência é a equipe ter de duas a três mulheres. Ele garante que todos os estilos serão representados no Rio.

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Por conta da crise pela qual passou a luta olímpica no ano passado, sendo excluída dos Jogos de 2020 e depois reincluída, foi aumentado o número de categorias femininas, de quatro para seis, retirando uma de cada estilo no masculino. E como no Brasil as mulheres estão num nível mais avançado do que os homens, a mudança é benéfica para os donos da casa em 2016. "Certamente aumenta as chances brasileiras. Certamente", opina Leitão.

Atualmente três estrangeiros treinam com a seleção como convidados e dois deles podem defender o Brasil em 2016: o casaque Gary Maracanã, medalha de bronze nos Jogos Asiáticos em 2010, lutador da categoria até 59kg na grec0-romana, e o jovem Edward Sogomonian, da Armênia, medalhista no Europeu Júnior. Ele tem só 21 anos e compete na categoria até 130kg, também na greco-romana.

"É preciso destacar que eles são voluntários. A confederação não paga, não pretende pagá-los. Eles não têm nenhuma regalia, não foram convidados por nós, não foram chamados, eles que nos procuraram. São voluntários, querem morar aqui, querem virar brasileiros. Temos interesse? Temos. Vamos ajudar? Vamos", explica Leitão.

Segundo ele, o caso de Edwardé mais fácil, porque ele é casado com uma brasileira. Gary ainda tenta tirar visto permanente para morar no Brasil. Só depois de isso ser resolvido é que a CBLA vai entrar na jogada para ajudá-lo a tirar a naturalização. O outro estrangeiro da equipe, Schukrat Osmarov, do Casaquistão, não está nos planos da confederação.

Confira a nova composição da seleção brasileira:

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FEMININO - Susana Almeida dos Santos (48kg), Camila Fama Tristão (53kg), Joice Silva (58kg), Lais Nunes Oliveira (63kg), Gilda Oliveira (69kg) e Aline Ferreira  (75kg).

LIVRE MASCULINO - Wellington Silva (57kg), Waldeci Silva (65kg), Rafael Aparecido (74kg), Adrian Jaoude (86kg), Juan Isidoro Bitencourt (97kg),Hugo Cunha (125kg).

GRECO-ROMANO - Diego Romanelli(59kg), Rafael Messias Pascoa(66kg), Angelo Moreira (75kg), Ronison Santiago Brandão (85kg), Davi Albino (98kg) e Antônio Henriques dos Santos (130kg).

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