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Sua dose diária de esporte olímpico brasileiro

Seleção de polo aquático faz vaquinha para ficar em hostel e treinar para o Rio-2016

Por Demetrio Vecchioli
Atualização:
Iza é a segunda melhor do mundo. Crédito: Satiro Sodré/CBDA Foto: Estadão

Slobodan Soro recebe R$ 18 mil mensais da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) há exatos dois anos e, sérvio, sequer recebeu autorização ainda para jogar pela seleção brasileira de polo aquático. Izabella Chippini é a segunda melhor do mundo no feminino, aos 19 anos, e, com mais 14 colegas da seleção, está pedindo R$ 80 mil em uma vaquinha na internet para bancar uma rodada de treinos na Itália, com hospedagem em hostel

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Medalhista de bronze na Liga Mundial do ano passado, comandada pelo melhor técnico do mundo de polo aquático, Rakto Rudic, a seleção masculina de polo aquático virou candidata a medalha no Rio-2016 e queridinha da direção da CBDA. Prova disso são os R$ 2,6 milhões que os três jogadores naturalizados para a Olimpíada (Soro, o croata Josip Vrlic e o espanhol Felipe Perrone) vão custar à confederação só em salários até a Olimpíada.

As mulheres, entretanto, devem fazer figuração apesar de a chave feminina de polo aquático ser a mais "fácil" de toda a Olimpíada, com apenas oito times, três dos quais ganharão medalha. Com sorte, o Brasil briga pelo sexto ou sétimo lugar. Reflexo da falta histórica de investimento.

Num momento de otimização de recursos, a CBDA e o Ministério do Esporte deixaram a seleção feminina na mão. O time, composto basicamente por atletas do Pinheiros, treina junto todo dia em São Paulo, mas deseja fazer um intercâmbio na Europa. A seleção masculina já tem isso, uma vez que Rudic exigiu que todos os jogadores da equipe (todos) se transferissem para clubes europeus, dizimando o polo aquático interclubes no Brasil.

"A apenas seis meses do nosso maior objetivo, nós precisamos de muito mais apoio do que estamos tendo. Precisamos de mais jogos contra as potências do nosso esporte, mas o limite de verba imposto para o polo feminino nos impossibilita de realizar a maior parte do nosso projeto anual. Precisamos cumprir as metas das viagens internacionais que foram definidas no final de 2015 pelo atual técnico da seleção brasileira", diz a postagem das jogadoras no site de financiamento coletivo Kickante.

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As atletas não detalham como o dinheiro será gasto, mas explicam que os valores são para cobrir uma viagem de 10 dias para a Itália, em abril, pagando por passagem e hospedagem em hostel - quartos compartilhados com outros viajantes. Até as 12h45 desta quarta-feira, apenas R$ 1,3 mil haviam sido arrecadados. Quem quiser doar: http://www.kickante.com.br/campanhas/selecao-olimpica-de-polo-aquatico-feminino

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