Pela primeira vez na história uma competição de salto com vara teve tantas atletas saltando com o sarrafo a 4,85m: quatro. A marca é simbólica. É exatamente o recorde sul-americano de Fabiana Murer, resultado que ela fez três vezes na carreira: uma em 2010, uma em 2011 e outra em 2015. Ao longo de toda a carreira, ela tem ainda um 4,82m e um 4,81m.
Só na atual temporada já são três atletas saltando 4,90m ou mais, ainda que em ambiente indoor. Isso porque nem a cubana Yarisley Silva (líder do ranking de 2015 com um 4,91m e um 4,90m) nem a russa Isinbayeva, melhor de todos os tempos, estrearam ainda na temporada.
Murer foi vice-campeã mundial em 2015 com 4,77m. Um ano depois, o cenário é completamente outro. Em Portland, quatro atletas saltaram acima disso. Além de Silva e Isinbayeva, a competição também não tinha a norte-americana Demi Payne, que saltou altíssimo já três vezes na temporada: 4,90m, 4,88m e 4,85m.A vara subiu o que o nível exigido para chegar ao pódio é outro, muito mais alto.
Pelo histórico, Murer continua candidata à medalha no Rio-2016, mas para ela subir ao pódio o improvável vai ter que acontecer. Ou a brasileira atinge a melhor marcada da carreira na última competição da carreira, fato raríssimo no esporte, ou vai precisar contar com desempenho abaixo do esperado de pelo menos três das cinco atletas que hoje estão acima dela. Isso se Isinbayeva ficar mesmo fora da Olimpíada e sem contar a grega Nikoleta Kiriakopoúlou, atual campeã mundial, que empatou com Murer em sexto em Portland.