Em nome da paixão desemedida à seleção e ao futebol, fizeram o que fizeram. Como uma manada, devastaram a sala de imprensa do Maracanã, um setor para cerca 2000 jornalistas, que estava quase na sua capacidade máxima à espera do início do jogo. Depois do tsunami, alguns conseguiram acesso às arquibancadas e se deleciaram com a vitória do Chile e a queda da Espanha.
Outros não tiveram sorte. Segundo as forças de segurança da Fifa e governo brasileiro, saíram do Maracanã em ônibus da polícia direto para os distritos. Vão ser deportados de volta para casa. São esses 87 os que agora são defendidos pelos diplomatas do Chile.
Até aí, tudo dentro da lógica. O que intriga é usar a paixão pelo futebol para se preparar uma emboscada em busca de um lugarzinho nas arquibancadas. Nem mesmo o amor à seleção chilena, no caso desses invasores, pode ser usada como justificativa ao ato ilícito de tomar um estádio na base da força em nome de um sentimento.
Os chilenos, mais que o Maracanã, invadiram o Brasil por ar, mar e terra há mais de 10 dias. Vieram atrás de emoção e diversão. Divertiram-se à beça entre Cuiabá, local do primeiro jogo do Chile, e Rio. Como uma epedemia, se espalham pelo Brasil. Por onde passam, inundam ruas, praças, bares, restuarantes, metrô, árvores como um mar vermelho, como mostraram na festa dentro do Maracanã empurrando a La Roja de Santiago a derrubar a La Roja de Madrid
Os chilenos estão no Brasil em nome da paixão pelo futebol. Poderiam parar por aí. Eles correm risco de virar estatística de boletins de ocorrência a recordistas de presença nos estádios. Ainda temos três semanas de Copa pela frente. Não há motivos para desespero.