CBF e a presidente Dilma Rousseff não se bicam. Não há a menor tolerância. Desde a publicação da Medida Provisória, arbitrando o refinanciamento da dívida dos clubes, a Confederação Brasileira de Futebol tem sido implacável com o governo federal. É como se fosse uma batalha.
Argumenta a CBF que, do jeito que está, a MP vai promover uma ruptura no futebol brasileiro com o enfraquecimento da entidade nacional e das federações estaduais. E os clubes seriam os mais prejudicados.
Dentro do governo, a MP não só daria um jeito na dívida de R$ 4 bi que os clubes têm com a união, como também seria o alicerce de um novo parâmetro de administração do futebol no País e, por tabela, dos clubes.
Nessa queda de braço, a CBF está se municiando com entidades políticas para um enfrentamento com o governo, se for o caso. Não foi por ser um amante do futebol que Marco Polo Del Nero nomeou Walter Feldman, secretário-geral da CBF. Trata-se do cargo mais alto na hierarquia da entidade. Abaixo apenas da presidência.
Feldman já esteve nas trincheiras do PSDB, foi secretário do ex-prefeito Gilberto Kassab e, na última campanha eleitoral, braço direito de Marina Silva (PSB).
A mais recente tacada de Del Nero foi convidar o empresário João Dória Júnior, notório oposicionista ao governo Dilma e ao PT, para ser o chefe da delegação da seleção brasileira na Copa América, entre junho e julho, no Chile. Há muito tempo um empresário-político não chefiava uma delegação da seleção.
Uma curiosidade: como vai ser a convivência de Dunga com Dória Júnior?
Infelizmente, no futebol cabe de tudo e a todos.