PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Futebol: bastidores e opinião

Estádio pago: outro gol da Alemanha

Um suspiro dos alemães no futebol tem o peso de um terremoto no Brasil. Veja o caso do estádio do Bayern de Munique, o Allianz Arena, inaugurado em 2005. O clube tinha um acordo de 25 anos para quitar o imóvel avaliado em R$ 1,1 bilhão. Pagou em nove anos, 16 antes do prazo estabelecido.

Por Luiz Prosperi
Atualização:

Observe as explicações do ex-jogador Karl-Heinz Rummenigge, dirigente do Bayern, a respeito do pagamento da dívida:

PUBLICIDADE

"Fizemos um financiamento do nosso estádio com recursos privados, sem nenhum euro por parte do governo federal, do estado da Baviera ou da cidade de Munique. A previsão em 2005 era que pagaríamos esta dívida num prazo de 25 anos, em 2030. Tenho a satisfação de comunicar que acabamos de saldar toda a dívida, ou seja, não devemos mais nada a ninguém - disse o dirigente à revista Bayern-Magazin.

Para quem não sabe os direitos do nome da arena do Bayern é da seguradora Allianz, a mesma que tem os naming rights do novo estádio do Palmeiras. A diferença é que o clube brasileiro não vai dispor de um tostão para ficar com a posse definitiva do estádio. A WTorre, construtora da arena, vai usufruir e fazer a manutenção da arena por 30 anos e depois entregá-la ao Palmeiras.

Neste período de posse provisória, a empreiteira vai repassar ao clube parte dos lucros que terá com os eventos no estádio. Bem diferente, por exemplo, do Corinthians que tem parceira com a construtora Odebrecht para bancar cerca de R$ 1 bilhão do custo final da arena em Itaquera.

Com estádios novinhos em folha, Palmeiras e Corinthians deveriam seguir o exemplo do Bayern de Munique se possível fosse sonhar.

Publicidade

Veja o que diz Rummenigge: "O modelo financeiro do Campeonato Alemão funciona muito bem. Nós não gastamos mais do que recebemos. O Campeonato Inglês ainda é o número um, mas, mesmo que nós não os alcançarmos, a Bundesliga ainda é um grande exemplo de futebol acessível. Um clube como o Paris Saint-Germain, por exemplo, tem uma folha de pagamento de EUR 300 milhões, incluindo taxas. É impossível financiar isso. O Bayern é o único do top 10 da Europa que consegue obter lucros. Somos os únicos que podemos pagar pelo nosso sucesso".

Os alemães não estão no futebol para fazer graça. Que não nos deixem perder de vista os 7 a 1.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.