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Futebol: bastidores e opinião

O futebol brasileiro precisa renascer

Os alemães não ficaram com medo do Brasil. Trituraram a seleção sem piedade. Cumpriram com a obrigação diante de um adversário fragilizado, sem rumo. A derrota acachapante impõe mudanças drásticas no futebol brasileiro. Não há tempo a perder.

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Por Luiz Prosperi
Atualização:

Felipão, um achado de José Maria Marin para resgatar a dignidade da seleção, mostrou que em pouco tempo não se constrói um time campeão. Nem se deve ficar preso a um conceito que deu certo há um ano quando a conquista da Copa das Confederações camuflou eternas fragilidades do futebol brasileiro.

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Parreira e Felipão, campeões do passado, também se deixaram levar por um modelo que dificilmente teria êxito em uma Copa do Mundo.

Os dois ficaram reféns de jogadores que brilham uma temporada e depois desaparecem por pura falta de talento ou peso da idade. Pagaram com o vexame no Mineirão.

A gestão da CBF também está na mesa. Depois de um reinado de mais de 50 anos entre João Havelange e Ricardo Teixeira, com José Maria Marin e Marco Polo Del Nero sentados na herança do patriarca e seu ex-genro, é preciso mudar.

Não se perde de 7 a 1 sem que cabeças sejam cortadas e destinos alterados. Nada contra, mas também nada a favor, a escola dos gaúchos na seleção já não se encaixa às exigências de uma renovação. E ainda vem Tite aí com o poder transformador. Aquele do 1 a 0 está ótimo. Não vamos a lugar nenhum com Tite.

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É preciso reinventar o futebol do Brasil. Valorizar o jogo. A Espanha fez isso, seguiu nossa cartilha do passado, e se deu bem. A Alemanha também e já vai disputar a final da Copa das Copas com todo o mérito. Não vamos a lugar nenhum se não convocarmos um pacto em todas as esferas do futebol para resgatar o que tínhamos de melhor.

É preciso entender que esses jovens jogadores que deixam o País para fazer suas vidas lá fora não têm mais identidade com o jeito de o Brasil jogar bola.

Eles têm, na sua maioria, o histórico de vencedores porque saíram de famílias humildes como milhares de brasileiros e se deram bem no mercado mais farto e exigente da Europa. São importantes aos seus clubes, mas não vitais para a seleção.

Não há mais tempo para vaidades, nem mão forte do poder. O futebol brasileiro morreu ontem nos 7 a 1 no Mineirão. Não adianta catar seus destroços para chorar a dor.

É preciso recomeçar. Urgente.

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