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Futebol: bastidores e opinião

Osorio usa o São Paulo em nome do México

Treinador colombiano não fez nada de diferente no time e pode fazer do clube um trampolim para dirigir seleção mexicana

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Por Luiz Prosperi
Atualização:

Juan Carlos Osorio usou o São Paulo nesses quatro meses, sem se preocupar com o futuro do time no Brasileirão 2015 e na Copa do Brasil. Desde que se decepcionou com os dirigentes do clube, o treinador colombiano passou a cogitar sua saída do País o mais rápido possível. Osorio descobriu tarde que não se pode levar a sério a gestão do futebol brasileiro.

Não por acaso, reforçou a tese de que seu sonho era dirigir uma seleção de ponta e disputar uma Copa do Mundo. Em nenhum momento resistiu ao assédio, diria sondagens, dos mexicanos. Sempre se colocou à disposição do México para assumir o time já no início da campanha das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, em novembro.

 Foto: Estadão

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Sem cerimônia, bateu pesado nos dirigentes do São Paulo dizendo que não confiava em nenhum deles. E ainda desacreditou alguns jogadores, mostrando aos cartolas que eles não tinham nível para envergar a camisa tricolor. Osorio agiu como a maioria dos treinadores quando se desencantam com um clube ou são cotados a assumir um posto maior, com salários mais polpudos.

Durante esses quatro meses, mais criou atritos do que fez o time jogar. Se deixou levar pela crise dos resultados e desavenças no elenco ao impor o rodízio na escalação como norma. De inovador, criativo, como apregoavam os dirigentes, virou um técnico comum como muitos do Brasil.

Atolados na crise financeira e política que assola o clube, o presidente Carlos Miguel Aidar e o vice Atayade Guerreiro não tiveram coragem de demitir Osorio. Engoliram as críticas do treinador e seus métodos e rezaram implorando por vitórias no campo para encobrir o desmando.

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O preço pode se alto, sob o risco de o São Paulo ficar sem a Copa do Brasil e não garantir vaga na Copa Libertadores. Acreditaram em Osorio e se estreparam.

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