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Futebol: bastidores e opinião

Pré-temporada do futebol brasileiro acaba sem surpresas

O encerramento dos campeonatos estaduais nesse fim de semana coloca também um ponto final na pré-temporada 2014 do futebol brasileiro. Sim, os estaduais não vão além de um termômetro para se pedir o quanto os principais times do País vão chegar preparados ao Brasileirão que começa neste feriadão de Páscoa e Tiradentes.

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Por Luiz Prosperi
Atualização:

Por isso mesmo, não cabe aqui buscar no título do Ituano um recado aos grandes clubes de como é possível ser campeão sem investimentos de monta ou austeridade financeira. Nem mesmo exaltar as conquistas de Cruzeiro, Flamengo e Internacional - as pontas dos eixos do melhor futebol que se pratica no Brasil.

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Vamos começar pelo Ituano. Lá em janeiro, quando os jogadores tiravam a ferrugem das férias do corpo, Juninho Paulista, o gestor do time de Itu, Doriva, o treinador, e os jogadores na sua maioria já indicavam que a meta era não ser rebaixado. Não se discutia naquele mês o orçamento. Muito menos o modo de gestão. Nem mesmo era um modelo a ser seguido.

Acontece que o Ituano se superou, soube tirar proveito desse medíocre regulamento do Paulistão e foi feliz nas suas estratégias de jogo nas partidas decisivas. O mérito aí passa pela competência de Doriva e Juninho Paulista, homens forjados no futebol e não aprendizes das pranchetas. Doriva e Juninho beberam na fonte do futebol espanhol, onde armazeram informações dos seus tempos de atletas.

Doriva fez o que Kleina, Oswaldo, Mano e Muricy não fizeram: deu ao Ituano um padrão de jogo, uma coerência de raciocínio e uma clareza tática - um conjunto que não se viu no Palmeiras, Corinthians e São Paulo. E, sem a pressão inerente aos quatro grandes clubes paulistas, Doriva tocou o barco do Ituano em águas calmas, no curso do rio, até o porto seguro dos campeões.

Quem melhor proveito deve tirar da campanha do Ituano é o Santos. Este blog havia alertado de que nos momentos decisivos os meninos, que precisam se tornar homens, poderiam sentir a responsabilidade. A garotada santista sentiu. O corpo diretivo do clube também colaborou ao não pagar salários em dia. Nem adianta jogar a culpa em Leandro Damião - não foi ele quem pediu para ser negociado pelo Inter ao Santos por R$ 40 milhões, quem pagou que assuma a responsabilidade.

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Então, de volta ao começo: o Ituano não vai ser copiado por nenhum clube no Brasileirão, mas vai servir de alerta aos gigantes de São Paulo que não aproveitaram bem a pré-temporada (Campeonato Paulista).

Nos outros Estaduais, nenhuma surpresa. O Flamengo, do "roubado é mais gostoso", não vai iludir sua torcida com o título carioca após o naufrágio na Libertadores.

Em Minas, o Cruzeiro campeão sabe que precisa jogar muita bola para não passar o sufoco que passou na primeira fase da Libertadores. E o Atlético-MG vai continuar refém do seu presidente Alexandre Kalil, um cartola com arroubos de Eurico Miranda, que confunde emoção com a razão para prejuízo do seu próprio time. Por isso, deitou palavrões para cima do trio arbitragem no jogo final do Campeonato Mineiro.

No Sul, nada de novo também. O Grêmio, inebriado com a Libertadores, foi presa fácil para o Inter, que começa 2014 querendo raspar o mofo para o vermelho aparecer.

 

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