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Futebol: bastidores e opinião

Vaias dizem tudo no São Paulo

Muricy demora uma eternidade para mexer no time e joga Pato na fogueira

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Por Luiz Prosperi
Atualização:

Álvaro Pereira foi aplaudido ao final do empate (1 a 1) do São Paulo com o Criciúma no Morumbi. Nos 95 minutos (90 mais 5 de acréscimos) o uruguaio não acertou um cruzamento. Jogou o tempo todo sem marcação, teve campo livre para chegar até a linha de fundo, mas não produziu quase nada de prático.

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Seu momento mais lúcido veio depois de sair desacordado do campo, ao levar uma trombada e cair de cabeça na grama, e pedir para não ser substituído - mesmo gesto que havia feito na Copa do Mundo no jogo do Uruguai contra a Inglaterra na Arena Corinthians. Voltou ao jogo, roubou uma bola com raça que deu o contra-ataque para Souza ligar a Ganso e daí o passe de mestre para Alan Kardec fazer o gol. Nesse gol, Álvaro Pereira saiu condecorado. A torcida que pedia raça viu no uruguaio o símbolo do seu desejo. Pura ilusão.

O problema do São Paulo não foi falta de raça. Pesou a displicência nas finalizações por excesso de zelo, o jeito blasé de seus jogadores que têm poder de decidir um jogo e o fraco futebol de seus laterais, em especial Douglas.

O Criciúma, com seis desfalques - perdeu ainda dois titulares por lesão durante o jogo -, explorou bem a fragilidade de Douglas nos contra-ataques. E por ali conseguiu a falta, cometida por Douglas, para levantar a bola na área e fazer o gol de empate.

A mensagem que fica: o São Paulo domina, mas não decide. E basta levantar a bola na sua área para o gol do adversário acontecer tão natural como a noite e o dia.

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O que precisa ser feito: Muricy ler o jogo nos momentos mais agudos e não demorar uma eternidade para mexer nas peças na tentativa de reinventar o time. Explicar com mais clareza porque treina tanto, como ele diz, a bola parada e sofre um gol atrás do outro de bola parada.

Muricy mais uma vez demorou para mexer no time. Quando mexeu, trocou um atacante por outro (Pato por Ademílson) sem mudar a estrutura do time e incomodar o adversário. Pato, o atacante mais lúcido do time, não pecou pela omissão. E foi jogado aos leões por Muricy ao ser substituído.

Aliás, Muricy não fez nada para reorganizar o time. Ao fim do jogo, deu um show: saiu chutando o vácuo, distribuindo xingamentos e cuspindo marimbondos. Jogou para a torcida.

As vaias de pouco mais de 43 mil torcedores foram mais do que merecidas. O São Paulo de Muricy acha que joga mais do que joga. Nas últimas três rodadas do Brasileirão, perdeu duas partidas (Goiás e Chapecoense) e empatou uma (Criciúma). As vaias dizem tudo.

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