Nas minhas viagens trabalhando na cobertura dos maiores ralis do mundo, como o Dakar na África, e o Paris-Moscou-Pequim, na Europa e Ásia, sempre encontrei pessoas que tentavam seguir a prova de tudo quanto é jeito.
Uma vez saí de Paris e fui até Granada, no sul da Espanha, "acompanhando" o Dakar... de trem!
Os carros e caminhões coloridos, as motos cheias de equipamentos de navegação no guidão; pilotos, mecânicos e equipes com os uniformes espalhafatosos... tudo é legal demais.
Quem não foi para a África ou Ásia, perdeu a chance. Mas agora está tudo pertinho aqui na Argentina. Uma boa oportunidade para conhecer um dos maiores eventos esportivos do planeta.
Ainda dá tempo de planejar uma viagem.
Abaixo, algumas dicas para ver o Dakar de perto!
1. Para ver toda a movimentação de pilotos e equipes, chegue em Buenos Aires depois do dia 30 de dezembro. Já vai estar rolando muita coisa em Tecnópolis, que é um grande parque de exposição e eventos. Lá vão acontecer as verificações técnicas e administrativas, além do pódio de largada no dia 2 de janeiro.
2. Aerolineas Argentinas, Gol e Tam fazem a rota São Paulo-Buenos Aires. Se quiser algo mais sofisticado, como atendimento diferenciado, talheres de metal e comes e bebes de qualidade, prefira a Qatar Airways ou a Turkish Airlines. Mas têm uma desvantagem: são mais caros e pousam no aeroporto de Ezeiza, que é longe. As demais companhias operam no Aeropark, uma espécie de aeroporto central, como Congonhas.
3. Buenos Aires tem hotéis caros, médios, baratos e medíocres. Têm os de rede, como o Hilton, com certa qualidade garantida, e outros menores. Faça tudo por internet (Booking, Trivago Trip Advisor). Se preferir, alugue direto um apartamento pelo Airbnb.
4. Dinheiro. Esse item é importante. Já vi várias dicas de especialistas para fazer isso ou aquilo, mas se for levar todos os detalhes em conta vai ficar louco. Não esqueça que será final de semana, depois do Ano Novo, e conseguir uma boa cuevas para fazer o câmbio será difícil.
Minha dica, sem grandes teorias econômicas: leve cartão de crédito internacional liberado para gastos no exterior e um pouco de dólar e real. Troque alguma coisa no aeroporto para pequenas despesas. Uber não funciona bem lá e os taxistas não aceitam cartão de crédito na maioria das vezes.
5. Depois de ver toda a muvuca do Dakar em Buenos Aires, e se você só tem dois dias de viagem, assista ao prólogo. Alugue um carro e se prepare para rodar cerca de 2h30 (sem trânsito) até a região de Arrecifes. Mas muita atenção: a multidão sai às ruas para ver o Dakar e o argentino é tarado pela competição. Essas 2h30 podem se transformar em cinco horas fácil, fácil. Fique atento ao relógio se o seu voo de volta for no próprio dia 2.
6. Se tiver mais tempo, depois do prólogo siga para Rosário. A cidade de Lionel Messi e Che Guevara vai receber os competidores para a noite do dia 2 de janeiro. Ali será possível ficar ainda mais próximo dos pilotos, equipes, carros, motos e caminhões.
7. No dia 3 a caravana da competição seguirá para a Villa de Carlos Paz, perto de Córdoba, para o primeiro acampamento. Córdoba tem aeroporto e voo direto para o Brasil. Pode ser uma boa opção logística.
8. Fique ligado aqui no blog. Vou indicar pra vocês os locais exatos por onde os competidores vão passar nas especiais (trechos cronometrados). Dá pra fazer um churrasco e esperar a galera passar levantando poeira.
9. Guarde uma grana extra pra torrar na lojinha do Dakar, que tem vários produtos personalizados com aquele famoso tuaregue. Garanto que vale!
10. Torça para os oito representantes do Brasil. Nos carros, Guilherme Spinelli/Youssef Haddad e João Fraciosi/Gustavo Gugelmin (Mitsubishi); Leandro Torres/Lourival Roldan, com UTV (Polaris); Marcelo Medeiros (quadriciclos) Yamaha; e Jean Azevedo, nas Motos (Honda).
* Ricardo Ribeiro, paulista, 44 anos, é jornalista, louco por internet, tecnologia, fotografia e café. Já participou dos maiores ralis do mundo, como o Paris-Moscou-Ulan Bator-Pequim, entre França, Alemanha, Holanda, Finlândia, Rússia, Cazaquistão, Mongólia e China. Também cobriu quatro vezes o até então 'Paris-Dakar' no Marrocos, Mauritânia, Líbia, Egito, Tunísia, Mali, Burkina Faso e Senegal, na África. Já trabalhou na divulgação de mais de 10 edições do Rally dos Sertões, Enduro da Independência e Rally Cerapió/Piocerá, no Brasil. O conteúdo produzido por Ricardo Ribeiro foi amplamente divulgado pelo jornal O Estado S.Paulo, Jornal da Tarde, Agência Estado, Rádio Eldorado e pelos canais ESPN Brasil, Band, Record e SBT, além de importantes revistas especializadas como Quatro Rodas.