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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Comitê Olímpico dos EUA dá recado para o Brasil sobre o Zika

Não acredito, porém, que qualquer atleta abra mão de uma Olimpíada por causa de problemas no país-sede, como é o caso da Rio-2016

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Os Estados Unidos estão preocupados com o zika vírus do Brasil por causa da proximidade dos Jogos Olímpicos e da derrota parcial que o País sofre diante do aedes aegypti, o mosquito da dengue e das outras doenças. O Comitê Olímpico americano disse que os atletas decidirão por eles próprios a viagem ao Brasil para a competição em agosto. Não é uma determinação nova. Sempre foi assim. Ocorre que o motivo agora é o zika. Duvido que algum atleta deixará de estar no Rio por causa disso. São quatro anos de preparação para os Jogos, muito suor e planos. Alguns estarão em sua última Olimpíada. É claro que a saúde e a segurança física devem estar acima de tudo, mas esse medo não se justifica nesse momento.

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Sim, o Brasil perde essa batalha contra o mosquito, mas poderá virar o jogo até os Jogos, se Deus quiser e se a gente começar a fazer a coisa certa, com investimentos, dedicação e comprometimento de todos. Há outra questão que os EUA não levaram em conta ao anunciar sua decisão em tom alarmista: vivemos aqui, com ou sem zika vírus, e não estamos contaminados. A competição, de 20 dias, será no Rio, com algumas modalidades fora. O futebol , por exemplo, vai rodar o Brasil, com jogos, no torneio masculino e feminino, além da cidade-sede, em São Paulo, Manaus, Salvador, Belo Horizonte e Brasília.

O Brasil também estará no inverno durante os Jogos, o que poderá amenizar a condição do aedes. Isso se as autoridades locais não conseguirem normalizar a situação antes. Portanto, a preocupação do comitê americano é pertinente, porque manda um recado para os governantes do Brasil, mas não se faz necessária. A própria presidente da República pediu atenção com o zika em cadeia nacional, o que significa que os órgãos competentes estão na história, atentos.

Não se trata de um boicote dos EUA aos Jogos do Rio. Longe disso. Da mesma forma, os europeus já disseram que não há motivos para tanto alarde. O mesmo se aplicou sobre a Copa do Mundo da Fifa, na África do Sul, ou os Jogos Olímpicos em Pequim, na China, onde os mesmos alarmistas estavam preocupados com poluição e segurança.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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