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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Dirigentes querem que técnicos reduzam seus elencos

Isso significa abrir mão de jogadores e, consequentemente, diminuir o gasto com a folha mensal de pagamento

Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Os clubes de futebol de São Paulo começam um movimento para encolher seus elencos visando economizar dinheiro do salário mensal de alguns jogadores que não são usados ou que são usados pouco por seus treinadores. Dirigentes estão passando o 'facão' para as mãos de seus treinadores, de modo a serem eles os avaliadores do grupo. Em média, os times que disputam o Campeonato Brasileiro têm entre 35 e 40 atletas. Não há um número exato de jogadores para os elencos, mas a ideia é que as equipes possam ter ao menos dois jogadores por posição e mais três ou quatro goleiros, e uns três ou quatro a mais, de 28 a 30 jogadores. O complemento do grupo, se o treinador precisar, virá da base, onde os salários são mais em conta.

 Foto: Estadão

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O Palmeiras já acenou com sua intenção de cortar, como publicou no Estadão o repórter Daniel Batista semana passada. O técnico Levir Culpi, do Atlético-MG, também comentou nesta segunda, no programa Bem, Amigos, da SporTV, que seu elenco, com 35, é grande. "Não precisamos de mais jogadores, precisamos de mais um treinador", disse, em tom de brincadeira. Da mesma forma, outros times repensam seus elencos. O Corinthians não analisa a possibilidade direta de cortes, mas estuda com carinho se deve renovar  alguns contratos que estão para vencer no clube. Emerson é um deles. Fábio Santos também. O de maior peso, no entanto, é o de Guerrero (foto), que pede R$ 7 milhões de premiação e aumento salarial na casa dos R$ 500 mil para permanecer.

Andrés Sanchez, superintendente de futebol do Corinthians, sem meias palavras, já disse que o atacante peruano pode ir embora se continuar pedindo o que está pedindo. Finalmente os cartolas 'descobriram' que gastam mais do que arrecadam, e que o dinheiro vaza pelo ralo sem deixar rastros.

Um dos motivos também para diminuir o tamanho de seus elencos é o fato de a maioria dos clubes terem apenas o Brasileirão para disputar. A Libertadores se afunila e acaba em breve. Mesmo assim, São Paulo, Corinthians e Atlético-MG caíram fora. A Copa do Brasil é mais espaçada e geralmente as disputas mais duras ocorrem somente nas fases mais próximas da final, o que permite aos técnicos optar entre o Nacional e a Copa.

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A razão para tal movimento é o fracasso financeiro dos clubes, quase todos no vermelho e na iminência de começarem a quitar suas dívidas com o Governo. Palmeiras e Corinthians ainda têm de pagar seus novos estádios. Andrés garantiu que o Corinthians já tem dinheiro em caixa para bancar suas prestações mensais de R$ 6 milhões até junho do ano que vem. A primeira prestação do Itaquerão vence em agosto. Ocorre que o clube está com salários e direitos de imagens atrasados em até dez meses. O Santos buscou no mercado empréstimo de R$ 8 milhões para pagar os atletas. Terá ainda de negociar a permanência de Robinho. E falta dinheiro. Essa é a realidade. No Rio, em Minas, no Rio Grande do Sul, é a mesma ladainha.

De modo que os cartolas estão dispostos a reduzir os gastos na folha de pagamento do futebol imediatamente. Não enxergam outra saída. Folhas de R$ 9 milhões, como a do Corinthians, podem cair para R$ 5 milhões. E todos os outros times de São Paulo, e do Brasil, vão aderir ao movimento. Isso colocará mais jogadores no mercado, mais trocas pontuais entre os clubes e, certamente, uma diminuição nos contra-cheques de muitos atletas. Teoricamente é fácil abrir mão de alguns jogadores porque o nível da maioria é bastante baixo. O futebol brasileiro emprega jogador nota 5 na maioria das posições, salvo raras exceções.

NA MARCA DA CAL Luis Fabiano - São Paulo Guerrero - Corinthians Valdivia - Palmeiras Emerson - Corinthians Aranha - Palmeiras Fábio Santos - Corinthians Maikon Leite - Palmeiras Rogério Ceni - São Paulo

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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