Então, depois de tudo isso e de colocar o pé na Rússia, qual deve ser o sentimento do torcedor brasileiro? Ele aplaude o time e confia piamente na seleção faltando pouco mais de um ano para o próximo Mundial? Ou ele deve se comportar como gato escaldado, aquele que sempre está com o pé atrás pelo que já sofreu? Talvez esse ainda seja o sentimento com a seleção brasileira depois dos 7 a 1, dos fracassos da equipe sob o comando de Dunga, do pouco futebol mostrado até a chegada de Tite.
Talvez o torcedor deve sentir um misto dessas duas situações: aplaudir porque essa seleção merece aplausos, mas sem perder o poder crítico quando for preciso. Alguns jogadores serão cobrados sempre e terão de jogar muito para minimizar essas cobranças. Outros poderão ficar pelo caminho, como já aconteceu com Lucas Lima, do Santos. Tite sabe que não pode formar um time com um ano de antecedência da Copa para não repetir o que colegas de profissão fizeram em tempos passados. Sabe ainda que precisa ter no elenco jogadores que possam mudar o cenário de uma partida, de modo a ter opções quando precisar. O técnico tem de pensar em tudo, no macro e nos detalhes. Uma hora esse time vai perder e aí é preciso verificar se ele tem crédito, se vai se recuperar facilmente, se o ambiente vai continuar bom.
Em campo, claro, falta enfrentar os europeus: a retranca da Itália, o rolo compressor do meio de campo da Alemanha, o toque de bola da Espanha, a pedra no sapato chamada Holanda, a correria dos africanos...