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Opinião|Futebol brasileiro mostra nova tendência, com técnicos novos e jogadores de base

Clubes precisam de fôlego financeiro e têm de gastar menos do que arrecadam

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Atualização:

De volta após as férias, já estava com saudades do nosso glorioso futebol. 2017 tem de ser um ano de renovações, não no sentido do elenco, mas de postura, pensamentos e apostas. E na prática. Nesse recomeço, podemos apontar uma tendência mais solidificada em relação ao ano anterior: a aposta dos clubes em treinadores mais novos e baratos, profissionais em começo de carreira como Rogério Ceni (São Paulo), Fábio Carille (Corinthians), Eduardo Baptista (Palmeiras), Zé Ricardo (Flamengo)... São todos técnicos que precisam se firmar na carreira.

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Da mesma forma, vejo o Corinthians, campeão da Copinha, com boas ideias em relação ao aproveitamento dos jogadores da base. Carille terá o auxílio de Osmar Loss, bicampeão da Copa São Paulo de Juniores. Serão dois profissionais oriundos da base comandando o time de cima. Isso, inevitavelmente, faz com que o clube olhe para a formação dos seus garotos. Não é uma aposta, como disse no programa Estadão Esporte Clube, da Rádio Estadão (92,9 FM). É uma tendência. É uma mudança de postura. Osmar Loss até me disse que uma boa opção para clubes com recursos é manter uma equipe Sub-23 para aproveitar todos os bons jogadores que estouram a idade para a Copinha. O próprio Corinthians já teve um time B no passado com essa finalidade, mas naufragou por algum motivo. Talvez falta de dinheiro para manter mais 22 jogadores.

Nessa volta ao trabalho também me deparo com um velho problema do futebol brasileiro: o alto salário de jogadores. Refiro-me àqueles que são repatriados, como Jadson, que estava na China, mas que querem continuar ganhando em euros ou o equivalente em reais. Aí a pedida mensal salta para R$ 700 mil, R$ 800 mil por mês. O futebol brasileiro, os clubes, não comportam mais isso. Na verdade, nunca com seguiram pagar essas cifras, mas agora muito menos. Mais uma vez me recorro ao Corinthians para dar um exemplo. Até o ano passado, o clube ganhava tudo, lotava estádio e tinha o melhor elenco do País. Não ficou nada de 2016 para 2017. O dinheiro sumiu, o time piorou (e muito) e o estádio virou um problema, dada a sua dívida. O Corinthians não fez caixa e ainda parece um clube sem rumo.

2017 me parece um ano de mudanças.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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