O STJD nunca trabalhou tanto como nesta temporada. Seus promotores vão colecionando casos, alguns maiores outros menores, muitos irrelevantes, e figurões no banco dos réus, que deverá ser ocupado em breve por Robinho, do Santos, o mais novo atleta a ter o nome relacionado em súmulas. Santos e Botafogo jogaram quarta-feira no Rio. Robinho foi expulso e, segundo relatou o juiz Dewson F. Freitas da Silva na súmula, disse o diabo para ele antes de colocar o dedo no seu nariz e lhe tocar o ombro, num gesto de suposta agressão, o que não foi.
É preciso repensar as atitudes dentro de campo dos dois lados, jogadores e arbitragem. Vejo que os atletas entram em campo 'pilhados', como se estivessem jogando a final de uma Copa do Mundo, pressionados e incomodados, de modo a reclamar de todas as faltas, escanteios contrários, encontrões não marcados. Quase sempre olham para o banco de reservas e se deparam com o treinador do time mais agitado ainda, batendo boca com o mesmo juiz e com seus auxiliares. Os técnicos exageram.
Da mesma forma, entendo que os árbitros, pressionados em dobro, estão acuados, se ofendem por qualquer coisa, geralmente por pouco, e anotam nas súmulas xingamentos e provocações, como se nunca tivessem participado de uma partida de futebol antes. Não conseguem raciocinar, analisar, pensar, ganhar o respeito do jogador. Não conseguem ter senso nem bom-senso. E aí acabam mandando todo mundo para o STJD.
O Tribunal, por sua vez, fica procurando pelo em ovo, e quando encontra também leva para o banco dos réus os árbitros que deixaram de informar situações punitivas. Vira uma bola de neve, em que todos estão com os nervos à flor da pele, em que todos se acusam e são acusados e que alguns são julgados, com condenações. Resumindo: está chato pra caramba.