Existe uma diferença enorme entre ter um bom time e ganhar jogos dentro de um campeonato e entrar em campo para decidir uma classificação, um título. Há alguns chavões para isso: a perna pesa quando o jogo é importante, esse jogo separa os homens dos meninos. Quem também nunca ouviu a expressão que bater pênalti é tão decisivo que a cobrança deveria ser feita pelo presidente do clube. O Palmeiras mostrou contra o Internacional que tem um bom time, como todos sabem e acompanham. O elenco é forte e bastante promissor. Mas não está preparado para as grandes decisões.
Chegar a esse estágio leva tempo. É preciso um período de amadurecimento, entrosamento e cumplicidade entre os jogadores. Dos times que disputam o Brasileirão, o Corinthians é quem mais tem essa pegada. Joga bem e sabe decidir. O Palmeiras, não. Ainda não. E isso é normal no processo de formação de uma equipe. O futebol já teve inúmeras equipes nessa condição de decidir partidas importantes sem 'tremer'. E tremer talvez seja a palavra certa para explicar o que aconteceu com o Palmeiras diante do Inter, em casa, ganhando de 2 a 0. O time se apequenou, correu errado, marcou mal e abusou dos chutões para fazer o tempo passar. O Brasil já teve boas seleções nessas condições, maduras e eficientes. A de 2002 era uma. A de 2006 também. Minha preferida é a de 1982. A de 1970, com Pelé, era a melhor.
Só o tempo fará com que o elenco do Palmeiras ganhe tranquilidade nas partidas importantes. A confiança é fundamental para isso. O time já é bom, os jogadores sabem disso. Só precisam acreditar. Time que chega com essa mentalidade numa partida importante como é uma decisão de mata-mata pode até sofrer gols que consegue se recuperar. Não é sempre. O futebol tem dessas coisas e nem sempre o mais seguro e melhor ganha. Mas joga. O Palmeiras não jogou no segundo tempo. E quase matou seu torcedor do coração.
