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Opinião|Uma leitura sobre a tabela do Campeonato Brasileiro após 15 rodadas

É cedo ainda para desconfiar do Corinthians e acreditar piamente no São Paulo, mas...

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Renato Gaúcho é pessoa non grata no Parque São Jorge. O treinador do Grêmio previu a derrocada do Corinthians na liderança do Campeonato Brasileiro e acertou. Nas duas últimas rodadas, o time amargou dois empates teoricamente diante de rivais mais fracos. A equipe sofre uma desaceleração do ritmo que imprimia na ponta da competição. Deixou de ganhar quatro pontos, mas como tinha muita gordura na liderança, continua em primeiro com duas rodadas de vantagens. Ou seja, seis pontos para o segundo colocado, o Grêmio. O problema do Corinthians são as contusões. Pablo voltou a sentir o problema na coxa e Jadson se machucou. Ambos não vão jogar a próxima partida, conforme informação desta quinta, diante do Fluminense, no Rio.

 Foto: Estadão

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Todo mundo sabe que o elenco de Carille é modesto no sentido de não ter tantas peças de reposição. Isso é um problema que poderá se acentuar de agora em diante, o que vai motivar a concorrência. Se o Corinthians continuar enroscado, como nas últimas partidas, e os rivais diretos somarem pontos, vai embolar tudo lá na frente. Isso só vamos saber daqui a três rodadas. Os perseguidores do líder são, nessa ordem, Grêmio, Santos, Flamengo, Palmeiras e Botafogo. A distância na tabela ainda é grande. Por isso que é preciso esperar.

Deixar de ganhar pontos não quer dizer que o Corinthians jogou mal. Teve dificuldades e esparrou em boas marcações contra Atlético-PR e Avaí. O time de Carille continua invicto na competição. Então, é cedo para previsões mais pessimistas. Parece que a mídia exige mais do time do que o próprio treinador. Carille disse isso antes.

Grêmio e Santos são dois times que se mostram regulares nesta etapa do Nacional. Conseguem ganhar suas partidas e se aproximar do líder, com apresentações sólidas apesar de algumas dificuldades. O Grêmio joga melhor. Seus jogadores parecem que colocaram na cabeça a obrigação de desbancar o Corinthians. Isso ajuda a motivar. Renato Gaúcho tem a ver com isso também. O Santos se ajeita com Levir Culpi.

Palmeiras e Flamengo continuam sua corrida atrás dos primeiros colocados. São bons elencos, mas times apenas modestos. No Rio, fizeram um jogo franco, de muitas opções ofensivas e faltas e provocações exageradas dentro da área. Guerrero reclamou de Mina. Disse que o zagueiro do Palmeiras belisca demais. "Assim não dá", disse. Zé Ricardo vive momento difícil no Flamengo, sem vencer há três rodadas. A torcida pega no seu pé. Acertadamente, a diretoria o defende e diz que ele permanecerá no cargo. Trocar de técnico em meio à temporada é caminho certo para a derrocada. Achei estranho tantos jogadores do Palmeiras receberem amarelo no Rio. Deu a impressão de que ninguém queria esticar uma sequência de viagens no Brasileiro. Do Rio o elenco vai para o Recife e depois para Minas sem passar por São Paulo. Mas como alguns receberam amarelo, eles voltam para casa.

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SÃO PAULO A boa notícia é a comunhão no Morumbi. Diretoria, time, comissão técnica e torcida se unem para tirar o time do buraco. A vitória de 1 a 0 sobre o Vasco, diante de 22 mil torcedores, serviu para dar novo ânimo à equipe, quebrar a sequência de nove jogos sem vencer e colocar a cabeça para fora da zona de rebaixamento. Não saiu ainda. É 17.º colocado, com 15 pontos. Teve até sal grosso no Morumbi para tirar o time da crise. Deu certo. Vai ter kit de sal grosso nas próximas partidas, como a calça vinho de Cuca e outras manias que carregam o futebol há século.

O fato é que Pratto não desperdiçou gol desta vez e Cueva voltou a ser o jogador que se espera dele. Foi do peruano o passe a 1 minuto de jogo para o gol do atacante argentino. Foi a primeira vitória de Dorival Jr depois de três rodadas. Há muita esperança agora na retomada da equipe na competição. Também é cedo para assinar isso. O próximo jogo do São Paulo é contra o Grêmio, segunda-feira. Partida indigesta, portanto.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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