Bruno Pereira Silva, de 23 anos, só queria ver seu time num lugar mais privilegiado do Morumbi. Pegou carona na ousadia de outros são-paulinos para mudar de setor, pular grades e se sentar mais confortavelmente no estádio. Não conseguiu. Desequilibrou-se é caiu para fora do Morumbi, numa altura de perto de 30 metros. Bruno estava no teto do estádio, no setor mais alto das arquibancadas. A queda de uma altura dessas não nos fazia imaginar que o rapaz pudesse sair dessa com vida, como não saiu. Bruno morreu no hospital. Não viu o gol de Maicon tampouco o do empate de Jô. Não viu as provocações dos jogadores, a expulsão de Wellington Nem. Não viu nada. Era um dos 51 mil torcedores presentes em dia de mais um clássico de torcida única.
Dia triste, portanto, para o São Paulo, para o futebol brasileiro é para a família de Bruno. Morte boba, desnecessária, infantil até. Na hora, pareceu a Bruno ser boa ideia mudar de setor no Morumbi. Pular a grade que tantos outros estavam pulando. Até garotos menores de idade. Certamente as cenas vão correr o mundo é todos vão falar dos nossos estádios, da nossa organização e falta de educação.
Podem falar. Bruno e outros são-paulinos não tinham nada de pular a grade, andar perigosamente por onde não se anda. No mesmo Morumbi, já vi vendedores de amendoim escalar as paredes do estádio para tentar ganhar as arquibancadas a fim de levar para casa algum dinheirinho. Isso é proibido, não precisa nem dizer. Fatalidade. Bobeira. Idiotice. Bruno foi vítima de seus próprios atos. Único responsável de uma morte não anunciada num campo de futebol.