Apesar da provocação, hermanos queriam enfrentar o rival sul americano em uma possível final
Alexandre Senechal - especial para O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - A festa argentina no entorno do Itaquerão antes do jogo desta quarta-feira, 9, contra a Holanda - que define a segunda vaga na final da Copa do Mundo - teve músicas idolatrando Maradona, Messi e provocação pelos sete gols sofridos pela seleção brasileira pela Alemanha na primeira semifinal, disputada na terça-feira, 8.
Porém, os hermanos também lamentaram. Queriam ganhar a Copa no Brasil contra os donos da casa. "É uma pena essa eliminação. Para ter mais graça, tinha que ser os nossos rivais. Tinha que ser contra o Brasil", exclama o empresário Gaston Pereira, 34.
Para o comerciante Diego Anderson, 38, a goleada foi linda de se ver como argentino, mas tira um pouco da graça do Mundial. "Fiquei triste com a derrota. Com Argentina e Brasil na semifinais, torci por uma final sul americana", disse.
Brasil. Com a seleção fora da Copa, restou aos brasileiros torcer contra os vizinhos para ter a chance de recuperar a honra na decisão do terceiro lugar, que acontece sábado, 12, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Muitos torcedores paulistanos foram até as imediações do Itaquerão para tirar sarro dos argentinos e mostrar sua torcida para a Holanda. Foi o caso do analistas de sistemas, André Jablonski, 21. Com um grupo de amigos, André cantou contra os hermanos, mas tudo num clima amistoso. "Achei que ia encontrar mais argentino folgado, mas eles são muito gente boa", afirma. "A brincadeira é saudável e isso faz parte da Copa."
Maria Eugênia Leitão apareceu com a camisa da seleção brasileira e confessa que teve medo de algum abuso por ser mulher. No entanto, para ela, tudo ocorreu bem. "Eles só brincam por conta da camisa, mas respeitam as mulheres". A estudante de 22 anos conta que é Holanda desde criancinha. "Hoje a Argentina perde e sábado tem que dar Brasil", acredita.