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Imigrantes dão pitacos sobre suas seleções na Copa

Desempenho de quatro seleções é comentado por torcedores estrangeiros que vivem no Brasil

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Por Seleção Universitária
Atualização:

Desempenho de quatro seleções é comentado por torcedores estrangeiros que vivem no Brasil

 

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Gabriel Gama - especial para o Estado de S. Paulo

BELO HORIZONTE - Do início oficial da Copa do Mundo à data do término da primeira fase do torneio, oito seleções vão jogar no Mineirão. A lista é composta por dois gigantes do futebol, Argentina e Inglaterra, duas seleções com potencial, Bélgica e Colômbia, e quatro outras medianas, dentre elas, Costa Rica, Argélia, Grécia e Irã.

Os dois primeiros confrontos em BH, válidos pela primeira fase, serão Colômbia x Grécia, no dia 14/6, e Bélgica x Argélia, três dias depois. Dessas quatro nações participantes, os torcedores mais otimistas são os belgas e os mais reticentes os colombianos.

A Seleção Universitária foi atrás de imigrantes de cada um desses quatro países para falar sobre as expectativas de cada um em relação aos times de suas nações - quais são os pontos fracos e fortes, quem são os craques e os estilos de jogo.

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Um dos principais centroavantes do mundo, o colombiano Falcão está fora da Copa (Reuters) Foto: Estadão

 

Colômbia. Apesar da ausência do seu principal craque, o atacante Falcão Garcia, que não se recuperou a tempo de uma ruptura nos ligamentos do joelho esquerdo e foi cortado da lista definitiva de convocados, a seleção colombiana chega como cabeça de chave em seu grupo, sendo a principal favorita entre as outras três - Grécia, Costa do Marfim e Japão - para chegar às oitavas.

A decepção com a última boa geração de talentos deixou a torcida colombiana com um pé atrás. Na Copa de 1994, o jovem time - liderado por Valderrama, Asprilla, Valência e Rincón - não passou de promessa e foi eliminado precocemente.

"Com esta nova geração, temos a expectativa de chegar pelo menos nas quartas de finais. Mas estamos cautelosos quanto a isso, principalmente depois do que aconteceu na Copa de 1994, nos EUA. Tínhamos grandes esperanças de fazer um bom torneio, mas fracassamos na época", relembra o missionário Luís Espinel, 32, integrante da Comunidade Colombiana de São Paulo. Ele verá sua seleção jogar contra a Grécia em BH, no dia 14.

Com relação ao poderio do time, Espinel aposta na qualidade de jogadores que atuam pelos lados do campo e na velocidade da equipe. "Nosso grande problema é na defesa. Jogadores como Zuniga, Yepes e Zapata não estão totalmente recuperados de lesões recentes", disse o imigrante colombiano. "Nossa esperança está nos pés dos pontas James Rodríguez e Cuadrado."

Três remanescentes da conquista da Euro 2004 vão jogar a Copa pela Grécia (Divulgação) Foto: Estadão

 

Grécia. Adversária dos colombianos na primeira rodada, a Grécia tem sofrido com a ausência de jovens talentos. Apesar do surgimento de alguns nomes, principalmente no setor defensivo, casos de José Holebas e Sokratis Papastathopoulos, 13 dos 32 gregos que irão para a Copa participaram da edição de 2010, o que mostra uma reformulação tímida feita pelo técnico português Fernando Santos. Entre o seleto grupo, três chegaram a fazer parte da geração campeã da Eurocopa de 2004 - os meias Kostas Katsouranis e Giorgios Karagounis, e o atacante Dimitris Papadopoulos.

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Carente de promessas e sem renovação, a seleção adota um modelo pragmático de jogo, priorizando a marcação e jogando nos contra-ataques. "A expectativa não é tão grande. A seleção segue envelhecida e dependendo da experiência de jogadores veteranos como Katsouranis e Karagounis. Acho que a gente briga pela segunda vaga contra o Japão", diz o mecânico Theodoro Evangelos, 52, membro da comunidade helênica de Minas Gerais.

Seleção belga não perdeu nas Eliminatórias Europeias(ESPN/Reprodução) Foto: Estadão

 

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Bélgica. Considerada pela imprensa internacional como a principal candidata a surpresa na Copa, a seleção belga chega ao Brasil repleta de jogadores que defendem os principais clubes do mundo. Alguns são destaques em seus times, casos do meia Hazard (Chelsea), do goleiro Courtois (Atlético de Madrid), dos zagueiros Vincent Kompany (Manchester City) e Vertonghen (Tottenham) e o atacante Lukaku (Chelsea).

Os Diabos Vermelhos, como são apelidados, chegam a sua 12ª participação em Copas - a melhor campanha foi em 1986, quando alcançaram às semifinais. A última do país foi em 2002, quando foi eliminada nas oitavas para o Brasil.

Para esta edição, a Bélgica fez uma boa campanha nas Eliminatórias e com números surpreendentes. A equipe venceu oito jogos, empatou dois, levou apenas três gols e não perdeu um jogo sequer. Comandada pelo ex-jogador e agora técnico Marc Wilmots, a equipe é composta por jogadores jovens e talentosos e vem sendo montada desde as Olimpíadas de Pequim, em 2008. É a cabeça de chave do grupo H que terá Argélia, Rússia e Coreia do Sul.

Os amigos belgas empresários Jean Kristoff, 43, e Jean François, 44, moradores de Belo Horizonte, não conhecem a fundo a seleção, mas garantem que estarão presentes nos três jogos da primeira fase.

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"Amo futebol, mas ultimamente não tenho acompanhado tanto. Sei que nosso time tem uma geração promissora, de ouro, como falam. O que posso garantir é que os belgas que moram em BH estão muito empolgados", afirma François, que vai levar a família para o Mineirão, no dia 17.

Feghouli (esquerda) atua no futebol espanhol e é o principal nome da Argélia (AP) Foto: Estadão

 

Argélia. Considerada a mais fraca tecnicamente do grupo H, a Argélia chega a sua quarta participação em Copas do Mundo cercada de boas expectativas dos torcedores. A esperança de classificação às oitavas é maior do que em relação à edição de 2010, quando foi desclassificada na primeira fase, marcando somente um gol.

Para o primeiro-secretário da embaixada de Brasília, Chafik Kellala, 61, a seleção vem mais equilibrada e com mais revelações, principalmente no setor de meio de campo. "A vantagem desta geração argelina é que mais da metade dos jogadores jogam na Europa, por isso estamos com boas expectativas de brigar por uma vaga nas oitavas de final. O grande destaque do nosso time é o meia rápido Feghouli, que joga no Valencia, da Espanha. Temos ainda no meio de campo uma mescla de jovens talentos como Taider e Bentaleb e a experiência de jogadores como o volante Yebda", afirma.

Kellala acredita que o apoio maciço de argelinos que chegarão ao Brasil nos próximos dias - cerca de 4 mil - será fundamental para uma possível classificação. "O nação está confiante em conseguir um desempenho pelo menos melhor que o de 2010, tanto que serão 4 mil argelinos que virão ao Brasil", completa.

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