Prova mais charmosa da temporada, o Grande Prêmio de Mônaco jamais deixa de fazer jus às características deste paraíso fiscal famoso por seu cassino e concentração de milionários e aspirantes a tanto. Este ano a primeira grande surpresa da corrida que marca a sexta etapa do Campeonato Mundial de F-1 foi a conquista da pole-position pelo finlandês Kimi Räikkönen, a sua primeira desde o GP da França de 2008.
Os novatos Stoffel Vandoorne e Estebán Ocón deixaram suas marcas nos guard-rails locais em freadas super-otimistas, preço inflacionado este ano em consequência dos carros e pneus mais largos. Os experientes Lewis Hamilton e Felipe Massa igualmente não repetiram seus melhores desempenhos em provas de classificação mas ganharam duas posições por causa de punições impostas aos pilotos da McLaren.
Circuito mais lento da temporada, pavimentado com um asfalto que consome pouca borracha, o GP de Mônaco é também aquele onde a largura reduzida da pista e ausência praticamente total de áreas de escape formam um cenário onde as ultrapassagens são objetivo difícil de ser conseguido e, portanto, ainda mais raros. Exatamente nesse conjunto de situações que reside a única chance do inglês Lewis Hamilton se recuperar de uma posição de largada ser digna do adjetivo péssima.
"Por tudo isso deveremos ter uma corrida com uma única troca de pneus. Porém, como um piloto de ponta (Hamilton) largando em uma posição fora dos padrões existe o potencial para que se tente alguma estratégia diferente baseada na entrada do safety-car", comentou Mario Isola, engenheiro da Pirelli, empresa fornecedora de pneus da F-1.
Para complicar os planos do inglês tri-campeão mundial se aproximar ainda mais do líder do campeonato, o alemão Sebastian Vettel, vai alinhar em segundo e a segunda linha será ocupada por Valteri Bottas e Max Verstappen. O finlandês da Mercedes não faz mais o gênero segundo piloto e o holandês da Red Bull é sempre capaz de surpreender.
O rendimento inusitado de Hamilton só não foi mais surpreendente que o obtido pela McLaren, quecolocu seus dois carros entre os 10 mais rápidos da classificação: Jenson Button (que substitui Fernando Alonso, em ação nas 500 Milhas de Indianapolis), obteve o nono tempo na Q3, à frente de Stoffel Vandoorne.Ironicamente, punições por substituições na unidade de potência Honda nos dois carros impediram a materialização de tais conquistas: Vandoorne caiu para 12o. e Button para último do grid. O belga poderia ter conquistado uma posição de largada ainda melhor, mas em sua última volta rápida na Q2 bateu na saída da chicane da piscina e não participou da sessão que definiu as cinco primeiras filas. O acidente de Vandoorne foi a principal causa dos resultados de Hamilton e Massa na tomada de tempos.
O grid de largada para o GP de Mônaco
1) Kimi Räikkönen, Ferrari SF70H, Finlândia, 1'12"178
2) Sebastian Vettel, Ferrari SF70H, Alemanha, 1'12"221
3) Valtteri Bottas, AMG-Mercedes W08, Finlândia, 1'12"223
4) Max Verstappen, Red Bull RB13-Tag Heuer, Holanda, 1'12"496
5) Daniel Ricciardo, Red Bull RB13-Tag Heuer, Austrália, 1'12"998
6) Carlos Sainz Jr, Toro Rosso STR12-Renault, Espanha, 1'13"162
7) Sérgio Pérez, Force India VJ10-Mercedes, México, 1'13"329
8) Romain Grosjean, Haas VF17-Ferrari, França, 1'13"349
9) Nico Hulkenberg, Renault RS 17, Alemanha, 1'13"628
10) Daniil Kvyat, Toro Rosso STR12-Renault, Rússia, 1'13"516
11) Kevin Magnussen, Haas VF17-Ferrari, Dinamarca, 1'13"959
12) Stoffel Vandoorne, McLaren MCL32-Honda, Bélgica, sem tempo (penalização)
13) Lewis Hamilton, AMG-Mercedes W08, Grã-Bretanha, 1'14"106
14) Felipe Massa, Williams FW40-Mercedes, Brasil, 1'20"529
15) Estebán Ocón, Force India VJ10-Mercedes, França, 1'14"101
16) Jolyon Palmer, Renault RS17, Grã-Bretanha, 1'14"696
17) Lance Stroll, Williams FW40-Mercedes, Canadá, 1'14"893
18) Pascal Wehrlein, Sauber C36-Ferrari, Alemanha, 1'15"159
19) Marcus Ericsson, Sauber C36-Ferrari, Suécia, 1'15"276
20) Jenson Button, McLaren MCL32-Honda, Grã-Bretanha, 1'13"613 (penalização)