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Cestinha do Paulistano, Kyle Fuller tem missão de ajudar a família

Americano naturalizado peruano comprou recentemente uma casa para sua mãe nos EUA

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Por Gabriel Melloni e
Atualização:

O basquete é mais do que uma profissão para Kyle Fuller. Para o americano naturalizado peruano, é uma missão. Depois da morte do pai em 2012 por causa de câncer de pulmão, o jogador de 25 anos virou o "homem da família" e usa o esporte para ajudar sua mãe Olga e o irmão Khalil.+ Time do Paulistano é a cara do 'difícil' técnico Gustavo De Conti

"Trabalho duro para ajudá-los. No mês passado, comprei uma casa para ela", revelou Fuller. A residência fica em um bairro barra-pesada na Califórnia. "Tivemos de colocar grade em frente à casa para ninguém roubar." 

Kyle Fuller é o cestinha do Paulistano no NBB Foto: Hélvio Romero/Estadão

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Ele se preocupa com o irmão de 21 anos, que está na universidade. "Todos os garotos estão nas drogas, roubando. Falei para meu irmão que não o quero neste caminho. Precisamos de dinheiro honesto", disse. "Quero que ele olhe para mim, para o que estou fazendo, porque ele também pode fazer isso."

Em quadra, Fuller disputa sua primeira edição do NBB depois de chegar do basquete da Venezuela. O técnico Gustavo De Conti deu aval para sua contratação depois de acompanhá-lo não apenas no país sul-americano. 

"O Fuller é um cara que eu acompanhava desde o universitário nos EUA, fez a primeira temporada profissional na Venezuela no ano passado. Me foi recomendado por um agente há três anos, eu vinha analisando e agora trouxemos", comentou o técnico.

O jogador está empolgado com o momento no Paulistano, onde é o cestinha da equipe. "Quando estava na Venezuela, foi minha primeira oportunidade como profissional. Meu agente comentou que não havia muitos peruanos de sucesso no basquete, então, eu pedi uma chance. Ele falou 'ninguém respeita muito os peruanos no basquete'. E eu respondi: 'Só me dá uma chance'. Depois da liga (na Venezuela), fui eleito para o time ideal. Então, tive a chance de jogar aqui e fui o MVP do Paulista. Agora, estou aqui e sou o líder de pontos (no NBB). Então, estou fazendo meu trabalho e o basquete me respeita", afirmou.

"Antes da Venezuela, ninguém sabia meu nome. Depois da Venezuela, começaram a falar. Depois do Paulista, um pouco mais. Agora, falam muito! Então, preciso seguir fazendo meu trabalho, sem pensar muito no futuro, focando somente o agora e na quadra, em defender, ajudar minha equipe", completou.

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Naturalizado peruano, ele vai defender o país nos Jogos Pan-Americanos, em 2019. E atuará ao lado do irmão Khalil. "Nunca jogamos juntos. Por isso, estou muito, muito feliz. Ninguém pensava que a gente podia fazer isso. Meu avô, peruano também, nunca pensou que pudéssemos. E vamos nós dois jogar pelo Peru. Agora, os peruanos têm mais respeito no basquete, porque estou jogando bem. Por isso, estou feliz."

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