Alemão pede rigor com o racismo: 'Jamais saberão como nos sentimos'

Zagueiro Antonio Rüdiger está no plantel da seleção do país, que disputa a Copa das Confederações

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Por Redação
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Atual campeã mundial, a seleção alemã vive a expectativa de sua estreia na Copa das Confederações da Rússia, na segunda-feira, contra a Austrália, em Sochi. Mas, ao menos neste sábado, durante entrevista coletiva do zagueiro Antonio Rüdiger, o futebol ficou em segundo plano.

Convocado pelo time alternativo da Alemanha, que poupou suas principais estrelas do torneio, o zagueiro da Roma afirmou que considera incompreensível a não erradicação do racismo no futebol. E avisou que medidas extremas precisam ser tomadas caso os episódios ocorram durante a Copa das Confederações.

Zagueiro da seleção alemã, Rüdiger defende as cores da Roma. Foto: Tony Gentile/Reuters

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"O árbitro tem de falar com o locutor do estádio se houver racismo durante jogo. Até aí, acho que uma advertência seria justa. Se ainda assim não terminar, então seria bom se o jogo fosse cancelado", cobrou Rüdiger, um dos poucos negros presentes na seleção alemã.

"Com todo o respeito, é fácil para outras pessoas que não têm a mesma cor de pele dizerem que devemos ficar quietos. Elas jamais saberão como nos sentimos. Essa questão precisa ser tratada com rigor", acrescentou o zagueiro.

O problema tem proporções ainda mais estarrecedoras na Rússia. Um relatório sobre a temporada passada do futebol local feito pela FARE, uma importante rede europeia antidiscriminação, apontou 89 incidentes racistas e de extrema direita.

Preocupada com a gravidade do problema, a Fifa já antecipou que os jogos terão observadores antidiscriminação. Eles vão identificar manifestações de preconceito e comunicar o árbitro para paralisar a partida ou pedir um anúncio público no estádio como advertência.

Não é apenas na Rússia, porém, que a situação preocupa Rüdiger. Acostumado com o racismo no futebol italiano, o zagueiro lamentou a demagogia existente nos estádios. "Jogo na Itália e infelizmente algumas coisas acontecem", destacou o jogador. "Você vê vários cartazes dizendo 'não ao racismo', mas nada de fato acontece na Itália. Em vários jogos gritam macaco para mim, mas nada acontece. Para mim, é incompreensível."

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HELMUT KOHL Ainda neste sábado, a seleção alemã informou que jogará com uma tarja preta como manifestação de luto em memória a Helmut Kohl, que morreu na última sexta-feira aos 87 anos de idade. De 1982 a 1998, ele foi chanceler da Alemanha e arquitetou a unificação do país e a criação da União Europeia.

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