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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Anjos no apito

Por Antero Greco
Atualização:

Caro leitor que me honra com alguns minutos de seu domingo, tire uma dúvida? Seu time alguma vez caiu para a Segunda Divisão? Nacional, regional, não importa: caiu? Só Segundona já serve, não falo nem em Terceira ou Quarta, que seria demais.

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Se passou por essa situação uma vez que seja, você sabe o quanto dói, machuca ver nossas cores na rabeira de uma competição. É de partir o coração. Quem gosta de futebol entende o que significa rebaixamento.

Pois bem, neste domingo, por volta das 19 horas, horário brasileiro de verão, três torcidas estarão arrasadas, porque as respectivas equipes vão juntar-se ao Joinville na disputa da Série B de 2016. O risco, no 38.º e último ato do Brasileiro de 2015, se limita a Coritiba, Avaí, Figueirense, Vasco e Goiás. Quer dizer, “se limita” soa suave, coisa de menor importância, e não é assim: são 25% dos participantes do torneio com o destino em jogo. Muitas almas envolvidas na confusão.

Palpite numa hora destas vira casca de banana para derrubar cronista, diante do enorme ponto de interrogação. Na teoria, e só nesse terreno também escorregadio e impalpável, a situação mais delicada é a do Goiás. O penúltimo colocado tem 38 pontos, 10 vitórias e recebe o São Paulo. Só a seguinte combinação o salva: ganhar, para ir aos 41, e torcer no máximo por empates de Vasco e Figueirense, ambos com 40, e derrota do Avaí, que tem 41 e jogo com o Corinthians em Itaquera.

Está tranquilo? Nem um pouco. O verdão goiano está a meio passo de tirar o Centro-Oeste do mapa da elite da bola nacional na próxima temporada. Se servir de consolo, trata-se de conjunção difícil, não impossível. Por quê? Porque os outros companheiros de infortúnio terão osso duro para roer.

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O Avaí é um deles. Vá lá que visite o Corinthians relaxado, feliz da vida com o título conquistado várias rodadas atrás. Titulares ficam no banco e o clima de férias desabou pelos lados do Parque São Jorge. Mas a rapaziada de Tite está tão embalada e acima dos concorrentes que, até com certa displicência, tem condições de ganhar com folga. O Avaí precisa da atuação perfeita – se superar o desafio, está garantido, independentemente dos demais resultados. Se empatar ou perder, apela para calculadora e para todos os santos.

Raciocínio idêntico cabe ao Figueirense, que hospeda o Fluminense. Precisa fazer a parte que lhe cabe e secar rivais. Tentou-se criar polêmica em torno dessa partida, com a discussão forçada de que o tricolor tem de comportar-se com lisura e não entregar, literalmente, os pontos, e com isso prejudicar o Vasco. Ensaiou-se campanha contra o jogo de compadres.

Vamos com calma. Em primeiro lugar, deve-se levar em consideração o empenho e o esforço do Figueira, interessado direto na vitória. Além disso, o Flu fez campanha decepcionante, com 18 derrotas, quase um turno! Em terceiro lugar, quem está enrascado não é ele, mas o Vasco, que ao longo do ano deixou de cumprir a obrigação.

Para fechar, o tira-teima entre Coritiba (43 pontos) e o Vasco (40). O Coxa joga por empate. Moleza, então. Quem disse? Vai que perca. Pode ser superado por Figueirense e Avaí e morrer abraçado com vascaínos. Em português claro: vai engrossar pra turma de Jorginho. O Vasco atrai solidariedade, por seu tamanho, história, conquistas e pela dedicação de todos para sair do sufoco. O problema foi a incompetência inicial, ou erros dos últimos anos. Falhas estruturais e de comando.

O domingo será quente. E, tomara, sem nenhuma polêmica, sem conversa fiada de que alguém foi beneficiado. Que os anjos ajudem os árbitros ao assoprarem o apito com sabedoria, imparcialidade e paz.

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DESPEDIDA O Santos faz jogo melancólico contra o Atlético-PR, na Vila, pois não levou a Copa do Brasil e não fica nem no G-4. Uma pena, pois merecia melhor sorte pela estupenda arrancada que teve desde a chegada de Dorival Júnior. Se mantiver o grupo, fará bonito em 2016.

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