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Após choro coletivo, seleção brasileira busca equilíbrio emocional

Jogadores admitem pressão e necessidade de superar esse quadro

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Por Redação
Atualização:

O choro é uma das marcas da seleção brasileira nesta Copa do Mundo. Os jogadores vão às lágrimas na execução do Hino Nacional, quando fazem um gol, antes de cobrar ou defender pênalti, depois de uma cobrança... Os atletas dizem que choram porque são emotivos, mas reconhecem que a pressão por conquistar o título mexe muito com eles. E há quem admita a necessidade de um controle emocional maior.

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O afloramento da emoção dos jogadores ficou evidente no jogo de sábado contra o Chile. O goleiro Julio Cesar, o craque do time, Neymar, o capitão Thiago Silva e os reservas Willian e Jô foram alguns dos jogadores que não conseguiram segurar as lágrimas. E vários dos que não choraram estavam visivelmente comovidos.

Julio Cesar reconhece que disputar a Copa no Brasil significa, para os atletas, uma brutal carga de responsabilidade. “Para nós (jogadores), emocional e psicologicamente, representar nosso País em casa é uma pressão muito grande", disse ainda no sábado, lutando para controlar o choro – sem sucesso.

David Luiz não segura as lágrimas após a vitória do Brasil contra o Chile Foto: Alex Silva/Estadão

No seu caso, as lágrimas também foram de desabafo e alívio por ter, depois de quatro ano da falha cometida na partida contra a Holanda que eliminou o Brasil da Copa de 2010, a oportunidade de se redimir.

Normalmente tranquilo e ponderado, o capitão Thiago Silva também atribui à pressão o comportamento dos jogadores. “Sabemos que só o título interessa. É um peso", revela. 

No sábado, Thiago teve atitude incomum. Terminada a prorrogação, isolou-se do grupo, sentou-se numa bola e lá ficou, por vários minutos, com os olhos marejados. Só foi se juntar ao grupo após ser puxado por um dos massagistas da seleção. “Eu estava rezando", justificou. Mas pediu a Felipão para ser o último a bater pênalti, depois até de Julio Cesar.

Em relação à pressão sobre os jogadores, Thiago Silva adverte: “Temos de saber trabalhar com isso". Willian concorda. Ele derramou algumas lágrimas logo após perder o pênalti na decisão contra os chilenos e só não chorou copiosamente porque foi consolado por David Luiz e Luiz Gustavo. Ambos lhe deram força e disseram que estavam todos juntos em qualquer circunstância. “A emoção está mesmo muito intensa. Temos de segurar".

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Para Fernandinho, é natural que as emoções aflorem, pois também existe o medo do fracasso. “Somos pessoas como as outras, mas tentamos cumprir uma missão para uma nação", alega. “A gente está tentando administrar isso (a pressão)."

No entanto, alguns jogadores da seleção atribuem especificamente às circunstâncias da partida de sábado no Mineirão o chororô geral. É o caso de Willian. “Foi um pouco acima da média (a dificuldade de controlar as emoções), mas tudo isso pode até ser bom. Acho que, depois de passar pelo que passamos, estaremos mais tranquilos e confiantes."

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