PUBLICIDADE

Publicidade

Após passar por apuros no Botafogo, Gabriel é só alegria no Palmeiras

Volante começou a carreira como meia e teve dificuldades no Rio

Por Daniel Batista
Atualização:

Imagine trabalhar em alto nível durante um ano e não receber nem a metade do que é seu por direito. Antes, teve que viver em condições precárias, tendo que usar banheiro com problema e chuveiro com água gelada, driblar a falta de alimentação dentre outras adversidades. Durante um bom tempo, essa foi a vida do volante Gabriel, do Palmeiras. Natural de Campinas e titular absoluto do Alviverde, ele iniciou a carreira no Paulínia como meia-atacante, onde atuou por seis anos até um dia que encarou o Botafogo pela Copa São Paulo e despertou o interesse do clube carioca. Em 2011, chegou ao time alvinegro e as dificuldades começaram. “O Paulínia, embora seja menor, tinha uma estrutura melhor para a base”. Um fato curioso, é que ele jogou com Fabinho, lateral-direito convocado por Dunga para a Copa América, no time do interior paulista. Ao chegar no Botafogo, viveu no alojamento em um quarto com mais 20 garotos. Tinha apenas um banheiro para todos e o chuveiro só havia água gelada. “Dava problema na descarga, o jeito era usar assim mesmo”, lembrou. Ele morava em Marechal Hermes pegava diariamente trem lotado e um ônibus e após duas horas chegava ao treino, em Niterói.

Gabriel supera as dificuldades de início de carreira para brilhar no Palmeiras Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras

PUBLICIDADE

Algumas vezes, quando iam almoçar, eram surpreendidos. “A tia da comida deixava uns pratos feitos para gente, mas tinha cinco pratos para dez garotos”, lembrou. Sem refeição, o jeito era improvisar e apelar para cachorro-quente ou pizza. Ele conta que no ano passado chegou a ficar oito meses sem receber direitos de imagem (maior parte dos honorários) e quando ia completar três meses de salário, o Botafogo pagava para evitar perdê-lo na justiça. 

“No ano passado, recebi dois meses de direitos de imagem e uns três ou quatro de salário só”, disse, sem saber quando, e se um receberá o restante. O meia Seedorf pagava gasolina e dava dinheiro para alguns atletas conseguirem comprar fraldas para seus filhos. 

Os pais Edemilson e Rosemeire ficaram preocupados com o filho e com a violência do Rio, mas com o passar do tempo, aceitaram a ideia e foram morar com ele. Junto, o irmão Guilherme, de 15 anos, que joga no Nacional, também o acompanhou.

“Tudo isso faz eu valorizar ainda mais o que tenho”, disse. “Estou encantado com tudo que estou vivendo. Sei que vou marcar minha história no clube com títulos. Sou um felizardo de estar no Palmeiras e quero desfrutar o máximo.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.