Argentina admite que precisa começar a brilhar antes das oitavas

PUBLICIDADE

Por ANGUS MACSWAN
Atualização:

Depois de duas apresentações decepcionantes, a seleção argentina e a campeã africana Nigéria têm muito o que provar quando se enfrentarem na quarta-feira em sua última partida do Grupo F da Copa do Mundo, em Porto Alegre. A Argentina estava entre os favoritos ao título antes do torneio, mas apesar de seu tão elogiado "Quarteto Fantástico" a equipe não mostrou o melhor de si, com exceção de alguns momentos de magia de sua estrela: Lionel Messi. Dois gols extraordinários do quatro vezes ganhador da Bola de Ouro da Fifa selaram as duas vitórias discretas da Argentina até o momento – 2 x 1 sobre a Bósnia e 1 x 0 diante do Irã – para que o combinado lidere o grupo. A seleção nigeriana também não convenceu depois de um empate sem gols com o Irã e vencer a Bósnia por 1 x 0, chegando a quatro pontos. A Argentina já se classificou às oitavas de final, mas quer terminar em primeiro do grupo para pegar um rival menos complicado – pelo menos no papel – na próxima rodada. Para a Nigéria, uma igualdade será suficiente para passar de fase, mas uma derrota para os argentinos poderia significar problemas. O Irã, que surpreendeu muitos com seu jogo aguerrido e inteligente frente à Argentina, ainda pode ficar com o segundo lugar se bater a Bósnia e conseguir um saldo de gols melhor que o conjunto africano. Por tudo isso, é de se esperar uma partida cheia de ansiedade e audácia em Porto Alegre. O gol sublime de Messi contra o Irã já nos acréscimos no sábado em Belo Horizonte só ressaltou o perigo que corre a Argentina se depender demais do astro do Barcelona. Não se imaginava que seria assim. Messi e seus companheiros de ataque – Sergio Agüero, Gonzalo Higuaín e Angel Di María – são considerados uma das forças ofensivas mais formidáveis do torneio, mas até agora não satisfizeram as expectativas. Tanto que o Grupo F é o que teve menos gols após duas rodadas: cinco contra os 17 do Grupo B. A defesa argentina também se mostrou frágil. Vários zagueiros, entre eles Ezequiel Garay e Pablo Zabaleta, tiveram sérias complicações contra o modesto Irã. "As preocupações de vocês são as mesmas que eu tenho. Todos queremos ganhar. Estamos tentando conseguir um equilíbrio", disse o técnico argentino, Alejandro Sabella, na coletiva de imprensa após o triunfo sobre os iranianos. Enquanto outras seleções latino-americanas, como Chile e Costa Rica, estão deleitando torcedores de todo o mundo com seu futebol, a Argentina terá que aumentar a intensidade e o nível de seu jogo se pretende recuperar seu status de grande candidato à taça. "Se pensarmos bem, não estamos demonstrando o que podemos dar, mas ao longo dos jogos vamos recuperar nosso nível. Somos os primeiros a saber que não estamos conseguindo o que estamos buscando", disse Messi aos jornalistas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.