As estrelas ficaram devendo futebol na Copa América

Atletas como James Rodríguez e Neymar decepcionaram

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Por Gonçalo Junior
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Quando Lionel Messi foi perguntar ao árbitro Roberto Orozco por que ele não marcava as faltas, ouviu a resposta: “Aqui é América, aqui se joga assim.” A frase ajuda a entender uma das grandes frustrações da Copa América: os astros não brilharam tanto como se esperava. Além das dificuldades com a arbitragem e com o estilo de jogo sul-americano que Messi confessou, os problemas físicos do final da temporada também explicam as fracas atuações dos craques. 

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Messi achou seu jogo no decorrer da competição, mas foi uma exceção. A lista das promessas não cumpridas passa por Neymar, Vidal, Cavani, Santa Cruz, James Rodríguez, Aléxis Sánchez e Falcao García, além de outros de menor quilate. Todos ficaram devendo. 

O uruguaio Edinson Cavani foi embora sem ter marcado um golzinho sequer. Isolado com ausência de Luis Suárez (suspenso por causa da mordida em Chiellini na Copa do Mundo) e perdido em um esquema que não propunha o jogo, o atacante não justificou a fama conquistada na Europa. Pesa a seu favor o drama de ter o pai preso por envolvimento num acidente automobilístico. 

No Paraguai, equipe que eliminou o Brasil, os atacantes também foram discretos. Pouco - ou quase nada - se falou de Roque Santa Cruz, veterano especialista no jogo aéreo. 

James Rodríguez, o autor do gol mais bonito da Copa do Mundo, e Falcao García, ansioso depois de ter ficado fora do Mundial por causa de uma lesão, lideravam uma Colômbia que falava como protagonista. Jogaram mais ou menos contra o Brasil, mas pouco fizeram para evitar que a Colômbia caísse nos pênaltis diante da Argentina. Somaram altos e baixos. 

Entre os zagueiros brasileiros, valorizados na Europa, só Miranda se salvou e definiu sua transferência para a Inter de Milão. David Luiz acabou na reserva, e Thiago Silva fez um pênalti tolo que resultou no empate contra o Paraguai - o Brasil caiu nos pênaltis. Os dois são titulares no futebol francês.

Para entender esse desempenho ruim, o técnico Gerardo Martino cita o aspecto físico com o final da temporada europeia. A maioria dos atletas já fez mais de 50 jogos e, nesse ponto, chega a fatura. “Era difícil terminar os jogos. Estavam todos exaustos.”

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Dunga também bateu nessa tecla duas ou três vezes. Falou que precisava fazer muitas alterações para manter o nível físico, mas, por outro lado, prejudicava o entrosamento. 

EXTRACAMPO

Algumas estrelas se destacaram por atos de indisciplina, chamando a atenção pelo que fizeram fora do campo e não por dribles e gols.

Com a responsabilidade de tentar reerguer o futebol brasileiro após a Copa do Mundo como craque do time, Neymar saiu pela porta dos fundos. Foi expulso contra a Colômbia, esperou o árbitro no túnel para tirar satisfações e acabou suspenso por quatro jogos. 

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Sua suspensão no torneio sucedeu o drama nacional causado pelo acidente do chileno Arturo Vidal. Depois de dirigir alcoolizado e bater sua Ferrari, Vidal perdeu a carteira de habilitação e terá de se apresentar todos os meses ao consulado chileno em Milão. Pediu desculpas e disse estar envergonhado. E não foi suspenso da seleção chilena. 

Um dos lances marcantes do torneio dentro de campo também foi de indisciplina: a “mão boba” de Gonzalo Jara em Edinson Cavani no Chile x Uruguai das quartas de final. O primeiro foi suspenso do torneio. A expulsão de Cavani, que revidou, foi decisiva para a queda do Uruguai.

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