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Atlético de Madrid suporta pressão do Bayern e vai à final da Liga dos Campeões

Espanhóis conquistam vaga na decisão por gol marcado por Griezmann, na casa dos bávaros, em derrota por 2 a 1

Por Gabriel Melloni
Atualização:

A valentia do Atlético de Madrid mais uma vez atingiu níveis inesperados. Em uma Liga dos Campeões dominada por grandes estrelas e futebol vistoso dos mais ricos clubes do mundo, o time espanhol eliminou simplesmente o Barcelona e, agora, o Bayern de Munique para voltar à decisão do torneio, a segunda nos últimos três anos. Na Alemanha, em uma verdadeira batalha, perdeu para o Bayern por 2 a 1 nesta terça-feira, resultado suficiente para garantir sua classificação.

Foi um jogo daqueles para ficar na memória de quem gosta de futebol. O Bayern dominou completamente o primeiro tempo, abriu o placar e poderia ter feito o segundo se Thomas Müller não perdesse pênalti. Na etapa final, o Atlético, bem ao seu estilo, aproveitou um raro contra-ataque para empatar. Lewandowski recolocou os bávaros em vantagem e o pênalti perdido por Fernando Torres fez com que a pressão durasse até o apito final, só para deixar a classificação ainda mais chorada, ao estilo dos comandados de Diego Simeone.

Gol marcado fora de casa por Griezmann garante classificação do Atlético de Madrid Foto: EFE|Daniel Karmann

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O técnico argentino, aliás, é o grande responsável por esta classificação. Mesmo com recursos limitados, colocou seu espírito guerreiro em um clube que se afirma entre os grandes a cada ano. Prova disso é a segunda final de Liga dos Campeões alcançada em três anos. Se em 2013/2014 perdeu na prorrogação para o Real Madrid, agora espera quem passar do confronto entre o próprio Real e o Manchester City para conhecer seu adversário na decisão que acontecerá no dia 28 de maio, em Milão, quando brigará por seu primeiro título do torneio na história.

Por outro lado, ficou a decepção do lado bávaro no encerramento do trabalho de Pep Guardiola por lá, já que ele está acertado com o Manchester City para a próxima temporada. Se em âmbito nacional o técnico teve sucesso e deve confirmar seu terceiro título alemão este ano, na Liga dos Campeões, caiu três vezes consecutivas nas semifinais.

O JOGO Como era de se esperar, pelas características das equipes e pelo resultado do primeiro jogo, o Bayern dominou completamente as ações nos primeiros minutos. Ficou com a bola no campo do adversário, muitas vezes atacando com 10 jogadores, e não deixou o Atlético trocar sequer dois ou três passes. Só que o time alemão demorou para criar oportunidades.

O primeiro momento de perigo aconteceu aos 19 minutos, e o primeiro gol quase saiu. Até o zagueiro Boateng foi ao ataque e deu lançamento perfeito para Müller, que ajeitou para Lewandowski. O polonês perdeu um pouco o ângulo, mas conseguiu finalizar. Oblak, esperto, bloqueou.

Foi o início de uma blitz ofensiva do Bayern. Aos 23 minutos, Ribery arriscou de longe, Oblak soltou e Lewandowski mandou para fora no rebote. Mais três minutos, e desta vez foi Lahm quem assustou, em chute da direita após rebatida da defesa, que passou perto da trave.

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Até que aos 30 minutos, o time alemão abriu o placar. Alaba sofreu falta quase na meia-lua, Xabi Alonso bateu firme, quase rasteiro, no canto do goleiro. No meio do caminho, a bola desviou em Giménez e matou Oblak.

Giménez definitivamente viraria vilão três minutos mais tarde, se não fosse Oblak. O zagueiro uruguaio cometeu pênalti infantil em Xavi Martínez, ao segurar o espanhol na área após cruzamento da esquerda. Só que na cobrança, Thomas Müller escolheu o canto direito do goleiro, que caiu no tempo certo para espalmar e salvar o segundo.

O pênalti perdido amenizou um pouco o clima em campo, mas não fora dele, onde o técnico Diego Simeone se engalfinhava com o banco do Bayern. Os números no intervalo davam conta do imenso domínio dos alemães: 276 passes completos dos bávaros contra 51, 73% de posse de bola contra 27%, 17 chutes contra somente dois.

Mas a vantagem no placar era mínima, qualquer erro do Bayern poderia ser fatal, e ele aconteceu logo aos oito minutos do segundo tempo. Na primeira vez que o time alemão deu espaço para o sonhado contra-ataque espanhol, foi fatal. Griezmann ajeitou de cabeça para Fernando Torres e disparou. O espanhol acionou com velocidade o francês, que teve o tempo e o espaço necessários para escolher o canto, deslocar Neuer e empatar.

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O gol mudou o panorama da partida. A pressão vinda das arquibancadas diminuiu, o Atlético ganhou confiança e o jogo ficou do jeito que os comandados de Simeone gostam. Até os contra-ataques se tornaram mais perigosos e em mais um deles, Juanfran arriscou da entrada da área aos 15 minutos, com muito perigo.

O Bayern demorou para assimilar o gol e só voltou a assustar aos 24, quando Lewandowski recebeu de Vidal e bateu de primeira para nova defesa de Oblak. O time alemão voltava a se animar e marcaria o segundo pouco depois. Aos 28 minutos, Alaba foi à linha de fundo e cruzou na cabeça de Vidal, que ajeitou para Lewandowski finalizar sozinho, na pequena área.

Mais uma vez, o estádio virou um caldeirão. A torcida inflamou, o Bayern foi para cima e voltou a pressionar com todo o time no ataque. Só que abriu espaço novamente para um contra-ataque perfeito do Atlético aos 38 minutos. Torres recebeu pela esquerda, arrancou e foi derrubado com carrinho fora da área por Javi Martínez, mas o árbitro marcou pênalti. O próprio espanhol foi para a cobrança e desta vez Neuer se agigantou para espalmar.

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Nesta gangorra de emoções, novamente o Bayern estava por cima, mas ainda precisava do terceiro gol para buscar a classificação, com pouco tempo no relógio. Era mais uma vez momento de pressão e Alaba quase se tornou herói aos 42, em chute de fora da área que ainda desviou antes de parar em nova defesa de Oblak. Somente com o apito final, os espanhóis puderam de fato comemorar.

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