Avenida Mário Sérgio leva torcedores do Vitória ao estádio do Barradão

Principal acesso ao estádio ganha nome do ídolo falecido no acidente aéreo da Chapecoense em 2016

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Por Gonçalo Junior
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A partir deste sábado, a principal via de acesso dos torcedores do Vitória para o estádio do Barradão ganha o nome de “Avenida Mário Sérgio Pontes de Paiva”. Uma das 71 vítimas do acidente de avião do time da Chapecoense, em novembro de 2016, quando viajava como comentarista esportivo, Mário Sérgio foi jogador do clube de Salvador entre 1971 e 74. Ao lado de Osni Lopes e André Catimba, formou um dos trios ofensivos marcantes da história do time. É só pesquisar “tridente do Vitória de 1972” nos livros ou internet.

Hoje, Mário vira o nome do caminho da torcida ao estádio onde se consagrou. A nova avenida terá seu primeiro teste domingo, no clássico entre Vitória e Bahia, 16h, pelo Estadual.

Mário Sérgio, falecido no acidente da Chapecoense, dá nome ao principal acesso ao estádio do Vitória, em Salvador Foto: Paulo Pinto/AE

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De acordo com o presidente do Vitória, Ricardo David, a homenagem foi um pedido da torcida após o falecimento de Mário Sérgio naquele trágico acidente aéreo. “Sua irreverência como ponta-esquerda fazia o torcedor vibrar. Ele era agudo e partia para cima dos marcadores com a certeza do drible. Praticava um futebol-arte difícil de ser visto hoje”, diz o dirigente.

A inauguração da avenida vai contar com a presença de toda a família de Mário Sérgio, incluindo filhos e netos. “O Mário tinha um carinho grande pela Bahia. Além disso, o filho mais velho dele nasceu lá. Ficamos muito agradecidos com a homenagem”, diz a viúva Mara Paiva.

A ligação com o povo baiano foi além das cores do Vitória. O craque jogou pelo Bahia, onde encerrou a carreira, e depois foi técnico do rival. Também foi técnico e conselheiro do Vitória.

Trecho da avenida Mário Sérgio Pontes Paiva, que fará ligação até o estádio do Barradão Foto: Manu Dias/SECOM Bahia

Para Mara Paiva, a homenagem é um reconhecimento importante para a memória de uma das vítimas do acidente. Um problema que, segundo ela, ainda não foi resolvido. “Conseguimos abrir o diálogo com a Chapecoense, mas não houve o devido reconhecimento das vítimas pelos empregadores. Não recebemos um centavo de indenização, por exemplo”, cobra Mara, vice- presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo da Chapecoense. “Nossos corações estão machucados. Por isso, a inauguração da avenida é um ato tão bonito”.

Situada no bairro de Canabrava, a avenida tem 3,5 quilômetros de extensão e fica a 300 metros da estação Flamboyant do Metrô. A via vai facilitar o acesso dos torcedores – um gargalo nos dias de jogos – e o deslocamento dos moradores dos bairros de Pau da Lima, Castelo Branco e Nova Brasília. O governo estadual investiu R$ 40 milhões em uma obra de dois anos.

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O evento de inauguração vai oferecer serviços de saúde à população, como exames preventivos de câncer, atendimento odontológico e testes de visão. Unidades móveis com consultórios ginecológicos e mamógrafos estarão de prontidão para consultas.

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