Se o Palmeiras tiver mais crises no ano, pode chamar os reservas para resolver. Dias depois de perder para o Corinthians, ser criticado e viver turbulência, a equipe acionou os suplentes para comandarem a conclusão do objetivo. No Allianz Parque, o time bateu pela Copa Libertadores nesta quarta-feira o Junior Barranquilla, da Colômbia, por 3 a 1, e confirmou a melhor campanha da fase de grupos da competição. A façanha permite a vantagem de decidir todos os confrontos do mata-mata como mandante.
O resultado rendeu a classificação do Boca Juniors também. O time argentinou goleou o Alianza Lima em casa e passa em segundo lugar graças à ajuda de palmeirenses que estavam em baixa. Criticado pela torcida, Borja fez dois gols e o agora reserva Fernando Prass reviveu as noites de herói. O goleiro pegou pênalti e fez ótimas defesas.
Já classificado na Copa Libertadores, o Palmeiras entrou em campo com a ambição também de acalmar a própria torcida. A derrota no domingo para o Corinthians causou arremesso de objetos contra o ônibus da equipe e manifestações na arena. A organizada passou a partida mais calada e pediu a saída do técnico Roger Machado. O público restante pareceu bem impaciente e sem tolerância a erros do time.
Para piorar, as falhas foram numerosas no começo do jogo. O time teve nove reservas (só Borja e Dudu de titulares) e muitos erros de posicionamento. A defesa marcava mal, a criação era lenta e o ataque perdia gols por tentar caprichar demais nas jogadas. Pelo menos a partida foi movimentada, pois como o Junior precisava ganhar, foi ofensivo, deixou espaços e criou ótimas chances. Fernando Prass fez três ótimas defesas no primeiro tempo.
O intervalo ficou marcado por vaias e cantos críticos sobre o time, que pareceu ter escutado do vestiário e voltado mais decidido. Após um chute no travessão de Tchê Tchê, Borja abriu o placar aos seis minutos e aumentaria aos 14. Entre um gol e outro, Prass defendeu um pênalti cobrado por Barrera, vibrou intensamente e cativou a torcida.
O gol do Junior, feito por Gutierrez, foi uma pausa para a continuação do show de Borja. O palmeirense anotou o terceiro dele, aos 23, e deixou o campo aplaudido pela torcida e pelos companheiros. Se a decepção pela derrota no dérbi pode não estar totalmente sanada, os reservas mostraram ter brio e personalidade para contornarem as vaias do público.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 3 X 1 ATLÉTICO JUNIOR
PALMEIRAS: Fernando Prass; Mayke, Luan, Emerson Santos e Victor Luís; Thiago Santos, Tchê Tchê (Bruno Henrique) e Guerra (Deyverson); Willian, Dudu e Borja (Hyoran). Técnico: Roger Machado
JUNIOR BARRANQUILLA: Viera; Piedrahita, Ávila, Arias e Murillo (Pérez); Cantillo, Pico, Chará (Ruiz) e Barrera; González (Marulanda) e Téo Gutiérrez. Técnico: Julio Comesaña.
Gols: Borja, aos 6, aos 14, Gutiérrez aos 21 e Borja aos 23 minutos do 2º Tempo.
Árbitro: Enrique Cáceres (Paraguai)
Cartões amarelos: Emerson Santos, Piedrahita
Público: 25.787 pagantes.
Renda: R$ 1.621.350,28
Local: Allianz Parque.