O time que venceu o líder perdeu para o lanterna. Este é o Corinthians do Campeonato Brasileiro. Derrotado por 1 a 0 para o Botafogo neste sábado, em Manaus, o time de Mano Menezes reforçou seu futebol de sobe e desce. Na quarta, havia ganho do Cruzeiro.
De nada adiantou a pressão nos minutos finais. Como também não surtiu efeito Cássio deixar sua meta nos acréscimos para buscar o empate. O Corinthians terminou o jogo na área do adversário, mas não foi suficiente para evitar o tropeço.
Heroico, o Botafogo se fechou bem, mas jogou com raça, coração e contou com uma grande atuação de Helton Leite. Por 90 e poucos minutos ninguém pensou nos salários atrasados. Com a vitória, os cariocas saíram da última posição mas ainda estão na zona de rebaixamento.
Além do trio de desfalques (Gil, Elias e Guerrero), o Corinthians entrou em campo sem outros dois titulares: Renato Augusto e Malcom. Na verdade, eles foram poupados por causa da sequência de jogos.
Renato Agusto sequer ficou no banco de reservas. Assim como Ralf, que se recupera de lesão no joelho. Ficou claro que o objetivo era ter a maioria dos atletas 100% no mata-mata da Copa do Brasil, quarta-feira, contra o Atlético Mineiro.
Apesar das mudanças, Mano Menezes manteve o esquema que deu certo nos últimos jogos. Um volante de contensão, dois que saem para o jogo e apenas um armador. O principal meia foi Danilo.
O problema foi conseguir criar jogadas contra um time que tinha como proposta de jogo marcar atrás da linha da bola e insistir em contra-ataque.
Erros e mais erros de passes, além de uma dose de nervosismo, foram determinantes para que o Corinthians terminasse o primeiro tempo perdendo.
O Botafogo abriu o placar aos 28 minutos com um gol de pênalti. Bem marcado, apesar das contestações. Fábio Santos colocou a mão na bola dentro da aérea. Wallyson cobrou bem: 1 a 0.
Essa foi a senha para o Botafogo permanecer em seu campo e lançar bola em direção ao Yuri Mamute. E era um perigo, porque Felipe e Guilherme Andrade estavam desatentos.
Já os atacantes do Corinthians, Luciano e Romero, não levavam perigo algum ao goleiro do Botafogo. O time de Mano criou uma chance de gol em 45 minutos: um chute de Bruno Henrique acertou a trave.
No segundo tempo, a ideia de Mano foi boa. Não havia sentido manter um volante que só marca contra um rival fechado. Malcom entrou no lugar de Guilherme Andrade. Continuou, porém, o mesmo jogo de paciência.
O Corinthians tinha a posse de bola e o domínio de jogo estéril, improdutivo. E quando estava sem saída, arriscava um arremate de fora da área ou fazia pior: alçava bola na área sem ter um atacante de referência.
Malcom forçou o jogo em cima de Junior Cesar. Não deu certo. Mano colocou Jadson, numa tentativa de aumentar o poder de criação da equipe.
A expulsão de Bolatti mudou o jogo. A pressão do Corinthians aumentou. E havia 15 minutos com um homem a mais em campo. Era tudo ou nada.
Aparentemente traído pelo péssimo estado do gramado em Manaus (placas de grama saíam do chão), o goleiro do Botafogo cometeu um erro quase fatal. Malcom, no entanto, despachou a bola para o alto. Helton Leite acabaria saindo como herói, com pelo menos três grandes defesas.
No desespero, o Corinthians tinha quatro atacantes em campo. Gustavo Tocantins, garoto das categorias de base, se juntou a Malcom, Romero e Luciano. Muita juventude, pouca experiência. Paolo Guerrero, mais do nunca, fez falta ao time.
FICHA TÉCNICA:
BOTAFOGO 1 X 0 CORINTHIANS
BOTAFOGO - Helton Leite; Régis Souza, Dankler, André Bahia e Junior Cesar; Bolatti, Gabriel e Rodrigo Souto; Wallyson (Andreazzi), Rogério (Matheus) e Yuri Mamute (Murilo). Técnico: Vágner Mancini.
CORINTHIANS - Cássio; Fagner (Jadson), Felipe, Anderson Martins e Fábio Santos; Bruno Henrique (Gustavo Tocantins), Guilherme Andrade (Malcom), Petros e Danilo; Luciano e Romero. Técnico: Mano Menezes.
GOLS - Wallyson, aos 29 minutos do primeiro tempo.
ÁRBITRO - André Luiz de Freitas Castro (GO).
CARTÕES AMARELOS - Yuri Mamute, Rogério, Bolatti (Botafogo); Fagner, Fábio Santos (Corinthians).
CARTÃO VERMELHO - Bolatti (Botafogo).
RENDA - R$ 1.782.790,00.
PÚBLICO - 19.989 pagantes (21.869 total).
LOCAL - Arena Amazônia, em Manaus (AM).