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Brasil coloca favoritismo em campo na estreia da Copa

Por LEANDRO SILVEIRA
Atualização:

Enfim chegou a hora. É com essa sensação que a seleção brasileira entra em campo nesta quinta-feira, no estádio Itaquerão, em São Paulo, às 17 horas, para enfrentar a Croácia na partida que abre a Copa do Mundo no País. E a equipe dirigida por Luiz Felipe Scolari começa o torneio sob a pressão e a sombra de ter que confirmar a condição de favorito que carrega há um ano.Vista sob desconfiança até maio de 2013, a seleção passou por impressionante mudança de status deste então, provocada especialmente pela conquista do título da Copa das Confederações com uma expressiva vitória por 3 a 0 sobre a Espanha na decisão, no estádio do Maracanã, no Rio, que voltará a ser o palco de uma final neste ano, mas desta vez do Mundial.Para chegar até lá, porém, a seleção terá que disputar seis jogos. E é isso que Felipão tem tentado mostrar os seus jogadores, mesmo que também tenha declarado que a sua avaliação aponte para uma final entre Brasil e Argentina. "Esse (o jogo contra a Croácia) é o primeiro degrau. Temos que pensar em um de cada vez", disse.Mas esse favoritismo já será colocado em jogo no duelo contra os croatas, pois esta pecha, ainda mais por ser o anfitrião da Copa, não permitirá erros, como admitiu até mesmo o presidente da CBF, José Maria Marin. "Se perdermos estaremos mortos", afirmou o dirigente em diversas oportunidades.E os próprios jogadores já demonstraram saber disso, que uma seleção gigante como o Brasil não pode perder, mais uma vez, a Copa em casa, como aconteceu em 1950. "Grandes seleções como Alemanha e Itália perderam uma Copa e ganharam outra em casa. Nós só perdemos, chegou a hora de ganhar", disse o zagueiro David Luiz.Para que uma nova derrota não se repita, a comissão técnica da seleção se cercou de diversos cuidados durante a preparação para a Copa. Poupou jogadores de treinamentos, deixou até dois titulares - o zagueiro e capitão Thiago Silva e o volante Paulinho - fora de um dos amistosos preparatórios e agora pode comemorar por ter se livrado dos cortes por lesões que assolaram quase todos os participantes do Mundial.Assim, Felipão poderá colocar em campo nesta quinta a sua seleção ideal, aquela que conquistou o título da Copa das Confederações no ano passado e só voltou a atuar junta no último amistoso de preparação para a Copa - a vitória por 1 a 0 sobre a Sérvia, na sexta passada, no estádio do Morumbi, em São Paulo.Os olhos estarão, evidentemente, voltados para o atacante Neymar, principal astro da seleção brasileira, mesmo que ele tente, a todo custo, fugir da condição de protagonista, ao menos em declarações públicas. "Estou preparado para ajudar os companheiros, para dar 100% em campo e ajudar o time. Não jogo sozinho, ninguém joga", disse.Neymar, aliás, vai abrir nesta quinta a sua primeira participação em uma Copa, assim outros 16 jogadores da seleção. Mas, para conter a ansiedade, a equipe se ancora em uma experiente comissão técnica, dirigida por Felipão e que tem Carlos Alberto Parreira como seu coordenador técnico.São eles que tentarão dar o apoio para a jovem equipe que tem o desafio de confirmar o seu favoritismo em casa e fazer com que Thiago Silva veja se concretizar o seu rotineiro sonho de levantar a taça, que, segundo Parreira, o Brasil "já está com uma mão" para erguê-la no dia 13 de julho, no Maracanã.Para chegar lá, o primeiro passo é o duelo desta quinta contra a Croácia no Itaquerão. E o retrospecto pode ajudar o Brasil, que soma 15 vitórias, dois empates e apenas duas derrotas no seu primeiro jogo nas 19 edições anteriores do Mundial. Em um deles, em 2006, o triunfo foi exatamente sobre a Croácia, por 1 a 0, com Kaká. E Felipão já avisa que são grandes as chances do placar mínimo se repetir. "Jogo assim, geralmente é vencido por uma pequena vantagem", afirmou.O treinador, aliás, tem bons motivos para esperar um duelo difícil. Afinal, a Croácia conta com um meio de campo habilidoso, liderado por Modric e Rakitic, vencedores da Liga dos Campeões da Europa e da Liga Europa por Real Madrid e Sevilla, respectivamente, na última temporada. Além disso, os avanços do lateral-direito Srna são uma preocupação.Por isso, Felipão trabalhou bastante a marcação sob pressão durante os treinamentos, com o objetivo de fazer um gol logo nos minutos iniciais da partida. "Se você marca pressão e logo marca o primeiro gol, parece que tudo deu certo. O time adversário desmorona, tem que mudar seu estilo", disse.Será essa a tática da seleção para superar a Croácia nesta quinta, passando bem pelo "primeiro degrau" da Copa, para depois ter condições de manter vivo o sonho de Thiago Silva de erguer a taça.

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