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'Briga' por contratações acirra rivalidade entre São Paulo e Palmeiras

Thiago Mendes, Alvaro Pereira, Alan Kardec, Wesley, Conca e Cleiton Xavier: clubes disputam palmo a palmo cada negociação

Foto do author Gonçalo Junior
Por Gonçalo Junior
Atualização:

São Paulo

e

Palmeiras

disputavam a contratação do volante Thiago Mendes, do Goiás, e

o clube do Morumbi levou a melhor

. Em contrapartida,

o lateral Alvaro Pereira está muito próximo de ser companheiro de Valdivia

na equipe verde. Esses os dois últimos capítulos de uma rivalidade acirrada entre os dois clubes nos bastidores do

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futebol

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brasileiro.

Na contratação de Thiago Mendes, o Palmeiras tomou a dianteira por indicação do ex-treinador Dorival Junior. O versátil volante havia sido o destaque da goleada por 6 a 0 do Goiás sobre o alviverde paulista no Serra Dourada no mês de setembro. A indicação foi referendada pelo novo técnico Oswaldo de Oliveira. Enquanto o Palmeiras negociava com o clube, detentor de 40%, o São Paulo percorreu outro caminho e foi atrás dos empresários que possuem o restante do percentual dos direitos federativos. "Não estou disputando nada com o Palmeiras", declarou o presidente são-paulino Carlos Miguel Aidar em entrevista coletiva na quarta-feira. Internamente, pediu empenho na negociação. E teve sucesso. O São Paulo igualou a oferta palmeirense, de cerca de R$ 6 milhões pelos 40% do Goiás, e a decisão final ficou com o jogador, que se sentiu estimulado pela disputa da Libertadores.

O troco palmeirense já está encaminhado. O lateral Álvaro Pereira não gostou da contratação do concorrente Carlinhos, que veio do Fluminense, e decidiu sair. O técnico Oswaldo de Oliveira gosta do uruguaio e o negócio deve ser concretizado nos próximos dias - os direitos do jogador pertencem à Inter de Milão, que deu sinal verde para o negócio. "Não fecho as portas para ninguém", disse o lateral, indicando que poderia vestir a camisa rival. O presidente são-paulino desdenhou. "Não vamos segurar ninguém. Se o Palmeiras quiser levar, pode levar", afirmou.

A saída de Alan Kardec foi o episódio mais traumático dessa disputa. No mês de abril deste ano, o Palmeiras acertou um salário de R$ 230 mil para garantir a permanência do atletas na renovação do contrato. Em seguida, pediram uma redução para R$ 220 mil. Por fim, na hora da assinatura de contrato, o clube pediu uma nova redução, desta vez em mais R$ 5 mil. Foi o estopim para que o pai do jogador e o próprio atleta abrissem negociação com o São Paulo. Em poucos dias, o atacante mudou de clube. José Carlos Brunoro, gerente executivo do Palmeiras durante a negociação, afirma que a saída foi um divisor de águas na campanha do Palmeiras. "O presidente Paulo Nobre gostava muito do Kardec". Essa negociação "azedou" a relação entre os presidentes dos dois clubes. "Outros times me ligaram e falaram que tinham interesse, e quando eu encerrasse a negociação iriam entrar. Agora, (agir) de maneira sorrateira é totalmente antiético. A relação entre Palmeiras e São Paulo é péssima desde os anos 40 e com essa administração não será diferente. Somos éticos e não bonzinhos, e continuaremos com nossa política", esbravejou Paulo Nobre. O são-paulino rebateu e disse que a atitude era "juvenil". A situação do meia Wesley também coloca os dois rivais em cantos opostos. O Palmeiras espera o jogador para acertar uma renovação, que nunca foi efetivada. O jogador já estaria contratado pelo rival, mas se esquiva quando perguntado. Diante das negativas, o Palmeiras decidiu incluir o meia em uma lista de dispensa motivado pelas más atuações na reta final do Campeonato Brasileiro. "Se ele nos procurar, vamos negociar", disse o presidente Paulo Nobre. Os próximos alvos da disputa já estão definidos: Cleiton Xavier e Conca. Em relação ao primeiro, que atua no Metalist, da Ucrânia, o Palmeiras está em vantagem, pois teve boa experiência com o jogador em 2009 e 2010. O salário do jogador, no entanto, é quase proibitivo. O mesmo acontece com o meia Conca, do Fluminense. Os dois clubes sondaram os agentes do jogador, mas avisaram que só continuam a conversa se o argentino diminuir seu pedido salarial, que gira em torno de R$ 600 mil. Ambos aceitam pagar entre R$ 300 e 350 mil.

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