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Caixa d?Água ameaçado de prisão

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Por Agencia Estado
Atualização:

Presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro há 19 anos, Eduardo Augusto Viana da Silva, o Caixa d?Água, foi denunciado nesta quarta-feira pelo Ministério Público (MP) pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, fraude processual e estelionato. Ele pode ser condenado a 20 anos de prisão. Também foram denunciados o vice-presidente da Ferj, Francisco Aguiar, e o diretor da entidade Paulo Roberto Petrolongo da Silva, o Fio. No total, são seis os denunciados. A denúncia encaminhada à 37.ª Vara Criminal é resultado de um ano e seis meses de investigações conduzidas pela promotora Márcia Velasco, da 23.ª Promotoria de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos do MP, e o delegado Ricardo Codeceira, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco). A perícia criminal, segundo informou o MP, demonstrou que, entre março e setembro de 2003, mais de R$ 866 mil foram desviados por meio de recibos fraudulentos. As investigações foram iniciadas pelo promotor Alexandre Themístocles, que em 2003 atuava no Juizado Criminal do Maracanã. Durante a investigação, foram quebrados os sigilos bancários dos clubes Flamengo e Vasco da Gama, o da própria federação e o da Coopeb, uma cooperativa que recebe verbas destinadas ao pagamento de pessoas que prestam serviços no Maracanã em dias de jogo. Quarenta depoimentos foram ouvidos e sete laudos periciais, incluindo contábeis, elaborados. Vinte e quatro caixas de documentos foram apreendidas. Em março, fiscais do MP e policiais da Draco tiveram que arrombar portas na sede da entidade para cumprir um mandado de busca e apreensão. Bilheteria - Na denúncia, a promotora afirma que a "quadrilha" desviava parte da arrecadação das bilheterias do Maracanã. Os denunciados também são acusados de movimentar em benefício próprio verbas destinada ao pagamento de funcionários do quadro móvel da Ferj, usando para isso a Coopeb, criada em 30 de novembro de 2000 para prestar serviços à entidade. No caso das bilheterias do Maracanã, as investigações do MP indicam que o sistema informatizado de contagem de público registrava um número menor de pessoas do que o real. "A contagem física dos ingressos pelos experts demonstrou significativas divergências entre a efetiva utilização das roletas e o apurado pelos computadores", diz a promotora na denúncia. O MP informou que a suposta fraude era acobertada na confecção do boletim financeiro, por meio de artifício contábil conhecido como "conta de chegada". "Tendo como base o público apontado como presente, o denunciado Jobel Mendes Braga insere números e informações fictícias no boletim, de modo a ocultar a verba correspondente aos ingressos vendidos ao público não computados pelo sistema de monitoramento", afirma o documento. A denúncia aponta Francisco Aguiar e Paulo Roberto Pietrolongo Silva como aqueles que recebiam o dinheiro e ficavam responsáveis pelo seu transporte. Os outros denunciados são o coordenador de funcionários da Ferj, Gilberto Rangel Lima Júnior; o responsável pela venda dos bilhetes, Carlos César Martins dos Santos; e o contador Jobel Mendes Braga, que seria o responsável pela falsificação dos boletins financeiros da federação, segundo o MP.

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