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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Campeonato animado

Há emoção de sobra, tanto na corrida pelo título como na tentativa de fuga do descenso

Por Antero Greco
Atualização:

Pode não ser o melhor Brasileiro de todos os tempos, do ponto de vista técnico – e sobra quem torça o nariz para o nosso futebol. Gente que sonha com Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha e adjacências. Eu também adoraria se, no mínimo, tivéssemos os craques patrícios em casa. Conversa fora da realidade atual e para outra ocasião. 

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Pois bem, de volta ao cotidiano que nos cerca. A Série A deste ano está dentre as mais animadas de sempre, independentemente do formato. E, de lambuja, não falta emoção. Tem para qualquer tipo de freguês, desde os que ficam na expectativa de ver o time beliscar a taça até os que roem unhas e fazem promessa para evitar que o clube despenque para a Série B. E, tanto numa situação quanto noutra, continuam vários no páreo.

A rodada do fim de semana, que tem o ato derradeiro nesta noite com Flu x Atlético-MG (no G-4), confirmou a tendência de mexer com os nervos. Por questão de hierarquia, de bom tom começar pela parte de cima. O Flamengo largou a temporada aos solavancos. Com o afastamento – e, em seguida, demissão – de Muricy Ramalho, entregou a tarefa de reconstrução para Zé Ricardo, até pouco tempo atrás no cantinho dele a tocar as categorias de base na Gávea. Pegou o abacaxi e, sem alarde, quase na moita, ajustou a casa. O Fla engatou uma quinta, em plena subida, emendou uma série de triunfos – o mais recente nos 2 a 1 de virada sobre o Vitória – e cresceu como sombra enorme sobre o Palmeiras. O clássico de depois de amanhã, no Allianz Parque, assume ares de decisão. Havia muito que esse jogo não ganhava tanta importância como agora. Que ótimo!

O Santos parecia com disposição anêmica após a dizimação provocada pelo árbitro Raposo, no jogo com o Internacional, e corria risco de abandonar de vez veleidade de título. Com remendos, topou com o Corinthians, na tarde de ontem, na Vila Belmiro, e por um triz não viu o topo de binóculos. 

Por quê? Porque o Corinthians (então com 40 pontos) abriu vantagem, com o gol de Marlone na metade da etapa inicial, e ensaiou surpreender com jogadas rápidas até o intervalo. Um pedaço do jogo em que mandou, assustou e esteve perto de ampliar. Cristóvão Borges armou o meio com Camacho, Giovanni Augusto, Marlone, Rodriguinho, Lucca e conseguiu equilíbrio entre marcação e criação. 

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O mérito santista ficou para a guinada no segundo tempo. Dorival percebeu que perdia o duelo num setor vital e arriscou, ao tirar Thiago Maia e colocar Vecchio em campo. Ou seja, trocou um protetor por um meia mais leve e criativo, para ajudar Vitor Bueno e Jean Mota. Deu certo, pois Copete e Rodrigão saíram da solidão em que se encontravam e foram acionados.  A pressão sobre a defesa levou a erros dos corintianos, como no lance do pênalti de Vilson, embora caiba discussão a respeito. Vitor Bueno caprichou na cobrança, empatou e empolgou a tropa. Renato, com a elegância que apura à medida que os anos avançam, selou a virada. Com 39 pontos, o Santos está vivo.

Como vivo está o São Paulo, por força dos 3 a 1 diante do Figueirense, num dos jogos matinais do domingo. Havia tempo a rapaziada tricolor não jogava com tanta vontade e ousadia. Mandou do começo ao fim, não tomou susto em nenhum momento. Não vale a objeção de que “bateu em ninguém”. Argumento sonso. Pela colocação em que se encontrava, tinha obrigação de superar um concorrente direto na tentativa de fuga do descenso. E fez o papel que lhe competia. Com o resultado, saltou para 31 pontos, quatro à frente dos catarinenses. E pode ter iniciada ali a trilha da reviravolta.

A corrida pela salvação promete capítulos empolgantes. O Inter, por exemplo, voltou a tropicar, com os 2 a 1 que levou do Atlético-PR, e não se livra do fantasma da B. O Santa Cruz se afundou, num clássico espetacular com o Sport (3 a 5). O Cruzeiro viu a reação interrompida com os 2 a 0 para o Botafogo, em BH.

Como não gostar do Brasileiro?