Careca defende Fred e presença de camisa 9 na seleção

Mesmo com várias críticas ao jogador do Fluminense, Careca defende a presença de Fred no time titular e com centroavante

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Por Redação
Atualização:

Com a experiência de quem disputou duas Copas do Mundo pela seleção brasileira, em 1986 e 1990, o ex-jogador Careca opinou nesta segunda-feira sobre o momento difícil vivido por Fred, o dono da camisa 9 da equipe no atual Mundial. Ele lamentou que o Brasil não possua um artilheiro de alto nível como anteriormente, citando os casos de Ronaldo e Romário, mas defendeu Fred e a manutenção do esquema tático com um centroavante, que o técnico Luiz Felipe Scolari vem utilizando desde o seu retorno à seleção brasileira, no final de 2012. "Nós tivemos na minha época Romário, Bebeto, Ronaldo, enfim, fazíamos a diferença. Nós temos que tirar muitas coisas boas do futebol europeu, mas a gente perder esse ponto forte nosso, não podemos. Aí seremos iguais a eles. Sempre fizemos a diferença pelos matadores que tínhamos", afirmou o ex-jogador e comentarista de um TV japonesa na Copa. Careca, que esteve presente nesta segunda-feira à Granja Comary, a concentração da seleção em Teresópolis (RJ), lembrou que Fred teve sucesso na conquista da Copa das Confederações no ano passado, sendo um dos artilheiros do torneio com cinco gols. "O Fred tem garantia pela Copa das Confederações, quando fez a diferença. Ele está tentando. Mas não é só culpa dele. Precisa de ligação dos meias", defendeu.

Careca acredita que o atual camisa 9 do Brasil irá ajudar a seleção de Felipão Foto: Vanderlei Almeida/AFP Photo

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Um dos vice-artilheiros da Copa de 1986, com cinco gols marcados, Careca também fez outros dois no Mundial de 1990. Acompanhando a competição de fora, ele reconheceu a dependência do Brasil em Neymar ao declarar que só restará aos brasileiros rezarem se o atacante do Barcelona ficar fora do jogo desta sexta contra a Colômbia, pelas quartas de final, em razão das dores na coxa direita.

"É rezar muito. Vou falar para vocês, perder um cara como esse é complicado. É claro que ele levou um tostão na coxa e incomoda muito, mas tenho a certeza que temos uma estrutura fantástica e a comissão vai deixar ele pronto para o jogo", disse Careca sobre Neymar, que inicialmente não preocupa para o próximo jogo da seleção.

Ao analisar a Colômbia, Careca não poupou elogios ao meia James Rodríguez, artilheiro da Copa com cinco gols. O ex-jogador também destacou outras virtudes do adversário, mas acredita que a seleção tem boas chances de vencer e se garantir nas semifinais da Copa.

"O James Rodríguez é talentoso demais. Falta ele na seleção brasileira. Tem uma visão espetacular. Poderíamos ter o (Paulo Henrique) Ganso. Infelizmente não deu sequência em alto nível. Cuadrado a gente conhece bem, que faz uma função espetacular. É incansável. Tem o Zuniga, pelo lado direito, que é forte. Toda atenção é pouca. Quando entra no mata-mata, não dá pra vacilar. É um time tecnicamente superior aos outros da Colômbia, mas acho que dá Brasil", afirmou.

Para Careca, falta, inclusive, ao Brasil um jogador como James Rodríguez e tornar a seleção menos previsível. Mas ele evitou fazer críticas diretas ao meia Oscar, teoricamente o principal responsável pela criação das jogadas na seleção, mesmo que tenha criticado o estilo de jogo da equipe, apontando a sua previsibilidade.

"Nós não temos esse tipo de jogador como o James Rodríguez. Está vindo de traz esses lançamentos. E acho que dá pra segurar essa bola. Temos que soltar essa bola mais pelo meio, mais vertical, ser agudo, e chamar os dois meias, que não estão conseguindo. Temos que ter mais movimentação, por isso estamos sofrendo. Temos um esquema fácil de ser marcado. E felizmente o Neymar está movimentando para buscar a bola, mas deixa o Fred isolado. Temos que dar confiança ao Oscar", concluiu.

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Careca foi um dos principais centroavantes da história do futebol brasileiro, tanto que foi titular em duas Copas. Ele também teve passagens de sucesso por clubes como Guarani, São Paulo e Napoli, sendo duas vezes campeão brasileiro (1978 e 1986) e uma italiano (1990).

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