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Clubes europeus declaram guerra à Fifa e à Uefa

G-14 exige indenizações sempre que cederem atletas para jogos das seleções nacionais

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Por Redação
Atualização:

O poderoso G-14, grupo dos mais importantes - e ricos - clubes europeus, acaba de declarar guerra à Fifa e à Uefa para que seus membros sejam indenizados sempre que cederem seus atletas para os jogos, amistosos ou mesmo oficiais, das seleções nacionais. Nem a Fifa nem a Uefa concordam com essa reivindicação, e o G-14 já faz duas ameaças. A primeira: recorrer ao Tribunal de Justiça Europeu para obrigar a Fifa a compensar os clubes toda vez que seus craques forem defender as seleções. A segunda é mais drástica: romper em definitivo com a Uefa e com a Fifa e formar uma nova associação internacional de futebol, reunindo até 40 ou 50 clubes europeus.   "Ou a Fifa e Uefa aceitam nossas exigências, ou os clubes acabarão tomando as rédeas da situação, podendo chegar a tal ponto que será mudada toda a organização das competições importantes", ameaçou o presidente do Barcelona, Joan Laporta. Ele é o mais irritado e intransigente. E tudo por causa do técnico da seleção francesa, Raymond Domenech, que exigiu recentemente a convocação de Thierry Henry, do Barcelona, mesmo sabendo que o jogador estava machucado.   "Acho justo e necessário que os jogadores tenham o desejo de representar seus países, mas não é justo que os clubes continuem a pagar seus salários enquanto jogam por suas seleções, que ganham muito dinheiro em amistosos ou mesmo na Copa do Mundo", continuou Joan Laporta. "Além disso, muitas partidas são realizadas em países de outros continentes, como Estados Unidos e Austrália, provocando grande desgaste em nossos atletas."   Karl-Heinz Rummenigge, presidente do Bayern de Munique, vai na mesma toada. "Só estamos pedindo à Fifa parte de suas receitas em troca da liberação de nossos jogadores para partidas da fase de qualificação para a Copa do Mundo de 2010. Se não formos atendidos, recorremos ao Tribunal Europeu de Justiça", garante.   O ex-presidente da Uefa Lennart Johansson criticou duramente este movimento dos clubes em busca de indenizações. "Eles só estão tentando obter do futebol mais dinheiro e poder, sem qualquer preocupação com o desporto", retrucou. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que "a Fifa já paga as confederações que participam da Copa do Mundo. Se os clubes querem dinheiro, terão de pedir a elas". A guerra, enfim, está aberta e ninguém sabe como terminará.   Os clubes que fazem parte do G-14 são, na verdade, 18: Ajax e PSV (Holanda); Barcelona, Valencia e Real Madrid (Espanha); Bayern de Munique, Bayer Leverkusen e Borussia Dortmund (Alemanha); Internazionale, Milan e Juventus (Itália); Liverpool, Arsenal e Manchester United (Inglaterra); Olympique de Marselha, Lyon e Paris Saint-Germain, (França; e Porto (Portugal). A meta é chegar, nos próximos meses, a pelo menos 45 associados.

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