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Clubes se unem e alertam que CBF 'não os representa'

Dirigentes dos clubes da primeira divisão vão se reunir para discutir incentivos fiscais e projetos para o Campeonato Brasileiro

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Por Jamil Chade
Atualização:

Clubes da primeira divisão vão se reunir hoje no Rio de Janeiro para iniciar o debate sobre a criação de uma liga e querem um encontro com a presidente Dilma Rousseff para pensar o futebol nacional para o período pós-Copa do Mundo. Eles ainda alertam: a CBF não os representa. Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo, garantiu que não se trata de um novo "Clube dos 13" e insiste que a liga não seria um "novo torneio". Mas aponta que chegou a hora de os clubes brasileiros "se unirem". "A CBF não nos representa", disse. "A CBF precisa organizar a seleção. O resto não", declarou. O encontro tratará de temas como incentivos fiscais aos clubes e uma coordenação para voltar a dar projeção ao Campeonato Brasileiro. "Vamos fazer uma liga", disse. "Mas não um novo campeonato. O que precisamos é conversar e ter projetos comuns", declarou. Um dos pontos principias é o uso do Timemania. "Vamos conversar sobre o fortalecimento dos clubes, sobre endividamento. Todos estão endividados e o valor chega a R$ 2 bilhões", afirmou. "Temos de encontrar alternativas", insistiu. Aidar, porém, alerta que o governo não pode usar essas iniciativas para "fazer discurso político". "Ou o governo abre mão de tributação ou a Timemania nunca vai ser a solução", alertou. Ele ainda ameaça. "Se os clubes saírem às ruas dizendo que o governo não ajuda o futebol, são milhões de votos jogados fora. Chegou a hora de os clubes falarem alto", atacou. Hoje, diante dos dirigentes dos maiores clubes brasileiros, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, deu uma bronca nos cartolas nacionais e pediu que a Copa do Mundo sirva para "profissionalizar" o esporte nacional. Abrindo um seminário da Fundação Getúlio Vargas e da Fifa sobre o a gestão do futebol no Rio, Aldo foi contundente em sua crítica. "É inaceitável que o maior vencedor do futebol, o Brasil, tenha um desempenho abaixo de sofrível fora de campo", declarou, diante de dirigentes do Flamengo, São Paulo, Corinthians e diversos outros. "Os protagonistas do futebol são os europeus, ingleses, alemães, italianos e espanhóis", disse. Aldo alertou que a media de público do Campeonato Brasileiro está abaixo da Liga Americana e até da Liga Chinesa. "Perdemos para uma liga que era, até pouco tempo, amadora e outra que nem sequer existia", declarou. "Que a Copa seja uma oportunidade", disse. "Porque não aproveitamos para fazer um futebol profissional? Espero que aprendam a lição", afirmou aos cartolas. Aidar criticou o discurso de Aldo. "Ele não sabe o que está acontecendo", disse. O governante indicou também uma possível medida junto aos proprietários e operadoras das novas arenas brasileiras para reduzir os preços dos ingressos nas competições nacionais. "Vamos analisar a composição do financiamento desses estádios, o que eles podem obter como receita na possibilidade do que nós chamamos de subsídio cruzado, ou seja, que as rendas mais altas paguem o ingresso para que as pessoas de menor renda possam pagar um ingresso mais barato", afirmou.

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