Com dívida de R$ 20 milhões, Mogi Mirim pensa em vender estádio

Clube estreia na Serie D do Brasileiro neste fim de semana para tentar se recuperar de quatro rebaixamentos em dois anos

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Por Ciro Campos
2 min de leitura

O Mogi Mirim está em apuros. O tradicional clube do interior paulista, responsável por revelar o pentacampeão Rivaldo, tem dívidas de R$ 20 milhões, problemas jurídicos e resultados ruins. Depois de acumular o quarto rebaixamento em dois anos, a diretoria avalia medidas mais enérgicas, como o licenciamento de competições e a venda do estádio.

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No próximo fim de semana o time estreia no Brasileiro da Série D, contra o Prudentópolis (PR). Os jogos do clube na competição serão em Águas de Lindoia, já que o estádio Vail Chaves, em Mogi-Mirim, está interditado pela falta de laudos de liberação.

Estádio Vail Chaves, em Mogi Mirim, está sem poder receber partidas Foto: Fernando Surur/O Poppular Digital

Ser mandante, aliás, tem sido um problema. O imbróglio em Mogi levou o clube a disputar o Campeonato Paulista da Série A-3 na cidade vizinha de Itapira, onde o público pouco compareceu. Em alguns jogos a presença foi inferior a cem pagantes. Em campo, o Mogi Mirim fez a pior campanha e acabou rebaixado para a quarta e última divisão do futebol estadual.

O resultado é mais uma etapa do declínio de quem em 2012 foi semifinalista do Estadual e permaneceu na elite até 2016, quando iniciou a dura rotina de ter pelo menos um rebaixamento por ano.

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O Sapão despencou uma divisão por temporada no Paulista e no ano passado caiu da Série C para a Série D do Brasileiro. No calendário de 2018 o clube disputa ainda a competição nacional e passará o restante dos meses analisando o que pode fazer para recuperar o prestígio perdido nos últimos anos.

O cenário caótico faz a diretoria estudar ações drásticas. Fora a possível venda do estádio e o licenciamento de competições, o clube chegou a avaliar não disputar a Série D.

"O clube tem varias dívidas, muitas ações trabalhistas. A gente vai ter que analisar um caminho para pagar isso e também os fornecedores. A gente quer evitar se desfazer do estádio porque é um patrimônio, mas nada está descartado. Vão-se os anéis e ficam os dedos", disse o presidente do Mogi Mirim, Luiz Henrique de Oliveira. O dirigente assumiu o comando em 2015 como sucessor de Vitor Manuel Simões, a quem Rivaldo passou o cargo.

O pentacampeão mundial pelo Brasil se afastou do clube, vendeu a casa na cidade e se afastou do Mogi Mirim. Nos bastidores, o Sapão enfrenta dívidas trabalhistas e problemas de organização.

"A gente ainda está estudando alternativas. Não há muita perspectiva. É muito difícil conseguir apoio. O licenciamento das competições por dois anos pode ser uma solução para depois o clube voltar à ativa", explicou o presidente. 

O elenco deste ano foi viabilizado por uma parceria com um grupo de empresários. O acordo dura somente até dezembro, quando será necessário remontar todo o plantel caso o Mogi queira disputar a quarta divisão estadual.