O pontapé inicial da Copa América de 2015 será dado nesta segunda-feira, com o sorteio dos grupos. O evento é considerado o terceiro mais importante do torneio, atrás da apenas da abertura e da final, devido à presença dos presidentes de federações e da imprensa mundial. Por isso, a Federação Chilena de Futebol preparou um cenário de gala em Viña del Mar para tentar mostrar que o país é capaz de organizar um torneio de alto nível, dentro e fora do campo.
As dúvidas sobre a capacidade dos chilenos de sediar a Copa América surgiram depois que o Comitê Organizador Local solicitou à Conmebol o adiamento do sorteio das chaves de 27 de outubro para hoje. Os dirigentes pediram mais tempo para definir a situação do estádio Ester Roa, em Concepción, que está com as obras atrasadas. Nesta entrevista ao Estado, o presidente da Federação Chilena de Futebol, Sergio Jadue, mostra otimismo com o torneio.
O sorteio dos grupos é considerado por muitos como o terceiro maior evento da Copa América, atrás apenas da abertura e da final, devido à presença dos presidentes de federações e da imprensa mundial. Como o Chile está se preparando para este evento?O grupo de trabalho da Copa América passou vários meses planejando e trabalhando no sorteio desta segunda-feira. Decidimos fazê-lo em Viña del Mar, que é o cenário mais importante e emblemática do nosso país e recebe grandes shows ao longo do ano. A realização do sorteio exigiu um grande orçamento equivalente a um evento desta magnitude. Com o sorteio, o Chile se abre para o resto do continente e o mundo. Temos certeza que será um sucesso e daremos o pontapé inicial para o torneio da melhor forma possível.
A Copa América será transmitida ao vivo para mais de 80 canais de TV em mais de 200 países. Para o Chile, o torneio é uma oportunidade de mostrar o país e a América do Sul ao mundo?Com certeza. A Copa América será uma plataforma não apenas para mostrar as virtudes futebolísticas das nossas seleções, mas também o nível de desenvolvimento e organização do Chile. É por isso que, desde o início, a organização do torneio tem feito uma série de discussões com várias entidades governamentais para coordenar todas as medidas necessárias para receber milhares de turistas de todo o mundo e mostrar o nosso país. Também é necessário que todos os chilenos participem ativamente da Copa América nas suas cidades, afinal eles serão os donos da casa.
Em 2011, na Argentina, a Copa América atraiu mais de 700 mil torcedores aos estádios em seus 26 jogos. Qual é a expectativa do público para 2015?Nós estamos muito esperançosos com relação ao público. Nos primeiros dias de venda de ingressos, mais de 120 mil bilhetes foram vendidos, e ainda estamos a mais de sete meses do início do torneio e os grupos nem foram sorteados. Apesar de alguns dos nossos estádios serem menores do que os que receberam a Copa América na Argentina há quatro anos, esperamos ter uma quantidade similar de torcedores.
A campanha no Chile na última Copa do Mundo, quando venceu na Espanha na primeira fase e foi eliminada pelo Brasil nos pênaltis, estimula o público chileno para a Copa América?O público chileno é muito fiel à nossa seleção. Nas Eliminatórias, o Chile é sempre a equipe que leva mais pessoas a seus jogos em casa. O nível que apresentamos na Copa do Mundo é um importante estímulo para atrair ainda mais fãs e, por isso, não tenho nenhuma dúvida de que os chilenos vão encher os estádios durante a Copa América.
Qual é a sua avaliação sobre o trabalho do técnico Jorge Sampaoli? Antes da Copa do Mundo no Brasil, o contrato foi renovado até 2018.É um luxo ter Sampaoli à frente da nossa seleção. Ele é um grande trabalhador, que não deixa nenhum detalhe ao acaso e tem um grande gerenciamento do grupo. Sampaoli combina perfeitamente as qualidades que, para mim, um treinador precisa ter: capacidade de liderar um grupo de trabalho e grande capacidade futebolística. Sampaoli também representa um estilo de jogo que sintetiza o sentimento dos chilenos, que é sempre ser protagonista à base de talento e esforço, independentemente do local e contra quem se joga.
Você concorda com a visão de que o desempenho das equipes na Copa América pode ser crucial para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018?Não há dúvida de que a Copa América servirá de referência para se projetar como serão as Eliminatórias, especialmente na primeira parte. As Eliminatórias começam logo depois do final da Copa América e ainda vão estar frescas as memórias do torneio.
A Copa do Mundo no Brasil foi marcada pela presença dos torcedores na América Latina em grande número nos estádios. Podemos ter algo semelhante na Copa América?Nosso objetivo é ter estádios cheios em todos os jogos e acredito que teremos êxito pelo balanço dos primeiros dias de comercialização de ingressos. No que diz respeito aos espectadores estrangeiros, em janeiro, teremos uma estimativa melhor com a venda de entradas para quem quiser acompanhar cada uma das equipes. É preciso considerar também que os torcedores chilenos são um dos mais fiéis do mundo e corresponderam a uma porcentagem significativa dos visitantes na Copa América de 2011 na Argentina e no Mundial do Brasil e agora esse movimento vai ser interno.
Como são as obras nos estádios da Copa América?A grande maioria dos estádios que sediarão a Copa América ou estão sendo construídos para a torneio ou estão sendo reformados. Neste sentido, temos tido um apoio substancial do governo, que nos permitirá sediar a competição com instalações nos mais altos padrões. Temos dado grande ênfase no trabalho, considerando a grande quantidade de meios de comunicação que vão cobrir o evento, a necessidade de acesso rápido, entre outros aspectos.
O estádio Esther Roa, em Concepción, foi o último que teve confirmada a sua participação e não terá jogos da fase de grupos. Restando sete meses para o início da Copa América, há preocupação com este estádio?A organização tem acompanhado de perto a questão da construção do Estádio Ester Roa de Concepción. Estamos em contato constante com o governo e com o município, e até o momento todos os prazos foram cumpridas. No entanto, é muito importante que o ritmo de trabalho não diminua. Nossa intenção sempre foi que Concepción receba a Copa América, e temos feito tudo o que está ao nosso alcance para que isso aconteça.
Os convites feitos a Jamaica e México para participar da Copa América é uma indicação de que Conmebol e Concacaf podem se unir e formar uma única confederação, como disse o Julio Grondona, ex-presidente da Associação Argentina de Futebol (AFA), durante a Copa do Mundo?Entre as duas confederações constantemente fazemos parcerias esportivas e políticas, como, por exemplo, a participação de seleções da Concacaf na Copa América, a realização do centenário da Copa América, no próximo ano nos Estados Unidos, ou participação das equipes mexicanas na Libertadores. Mas, pessoalmente, não sou a favor de juntar as duas confederações, pois acredito na independência de ambas para um funcionamento melhor das diferentes competições que acontecem nas duas regiões.