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Copa cria 'bolha' e transferências batem recorde na Europa

Mundial valoriza craques e times gastam R$ 4,7 bilhões em reforços. Manchester United é o que mais investiu, com R$ 559 milhões

Por Jamil Chade
Atualização:

Inflacionado pela Copa do Mundo, o mercado do futebol bateu um recorde e os clubes europeus fecham a janela de transferência, na segunda-feira, com um volume inédito de gastos na compra de jogadores. Para especialistas, o Mundial criou uma “bolha” e, com a audiência da televisão em alta, os investimentos superaram todas as previsões.

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Os clubes gastaram mais de US$ 2,1 bilhões (R$ 4,7 bilhões). Em 2013, foram US$ 2 bilhões (R$ 4,4 bilhões). Uma das surpresas do último dia de transferências foi a ida de Falcao García ao Manchester United, elevando os gastos do clube inglês a US$ 250 milhões (R$ 559 milhões) na temporada.

Não por acaso, os ingleses bateram todos os recordes. Os 20 times da Primeira Divisão gastaram US$ 1,3 bilhão (R$ 2,9 bilhões), mais de US$ 170 milhões (R$ 379 milhões) acima dos gastos de 2013.

Falcao García já vestiu a camisa do United e está pronto para jogar Foto: Divulgação

Os clubes espanhóis também bateram recorde. Destinaram US$ 600 milhões (R$ 1,3 bilhão) em novos jogadores, três vezes mais que em 2013. O segundo clube que mais gastou no mundo foi o Real Madrid, que fechou com o mexicano Chicharito Hernández por US$ 108 milhões (R$ 240 milhões). 

Para a consultoria Deloitte, a Copa teve papel central no aumento dos valores. Alguns dos jogadores que se destacaram no torneio tiveram aumento de até 100% nos seus contratos. 

Mas um aspecto fundamental no caso de Inglaterra e Espanha foi a capacidade de os clubes obterem novos acordos de transmissão de suas partidas. Em média, os clubes ingleses conseguiram em 2013 e 2014 uma alta de US$ 41,5 milhões (R$ 92,5 milhões) a partir da venda de direitos de televisão. 

Outro fator que também pesou foram os sinais de que a crise financeira europeia começou perder força. Em 2008, os clubes gastaram US$ 830 milhões (R$ 1,8 bilhão), valor que caiu para US$ 747 milhões (R$ 1,6 bilhão) em 2009 e US$ 605 milhões (R$ 1,3 bilhão) em 2010. Aqueles foram os piores anos para a economia mundial desde a crise mundial de 1929. 

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Mas, a partir de 2011, o volume de dinheiro gasto pelos clubes em transferências voltou a aumentar e, hoje, ele é mais de três vezes o valor que se gastava em 2005.

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